quinta-feira, 7 de março de 2013
Fiscalização da Lei Seca causa prejuízos em bares de Feira de Santana
A fiscalização da Lei Seca em Feira de Santana, que começou a ser realizada no início deste mês, provocou a queda do movimento em alguns bares da cidade, segundo informaram os proprietários. Na rua São Domingos, localizada no bairro Santa Mônica, que é conhecida por ter vários bares e restaurantes, o dono de um estabelecimento disse que a redução nas vendas chegou a 50%.
“O pessoal ficou assustado e não compareceu aos bares para beber. Foram poucos clientes e a maioria dos que vieram trouxeram alguém que não bebe para dirigir. A situação é complicada. Tinha fim de semana que vendíamos 80 caixas de cerveja e no último vendemos a metade. Eu acho que a fiscalização da lei seca pode funcionar, mas não todos os dias. Os bares e restaurantes vão começar a demitir funcionários”, afirmou Filó Brandão, do bar Filozophia.
Valdec Mascarenhas, proprietário do bar Cortiço, também acredita que com a redução nas vendas, podem ocorrer demissões. Ele disse que está há 35 anos na Rua São Domingos e que pela primeira vez está vendo o movimento tão fraco.
“Dia de sábado a partir das 22 horas fazia fila de carros. Atualmente parece um dia de segunda-feira. O movimento caiu bastante e a tendência é piorar. Se continuar desse jeito deve cair em torno de 30%. Eu acho que isso pode causar demissões, porque as despesas são altas e se não vende, não ganha. Se não ganha, não paga”, afirmou.
O presidente da Federação das Associações da Bahia, Clóves Cedraz, afirmou que a lei foi criada de forma intempestiva. Ele reconheceu que é necessário punir, principalmente nas estradas, mas disse não acreditar que dois copos de cerveja possam causar problemas ao motorista no caminho do bar para casa.
Clóves disse ainda que Feira de Santana vai começar a enfrentar o problema do desemprego e do fechamento de alguns bares e restaurantes. “Eu acho que estão aplicando a lei com muito rigor para dar demonstração de que as coisas estão acontecendo, principalmente a nível nacional, enquanto existem outras situações que não estão sendo levadas em consideração”, observou.
As informações são do repórter Paulo José do Acorda Cidade