domingo, 10 de março de 2013
O quebra-cabeça dos palanques estaduais para 2014
O debate sobre a eleição presidencial de 2014 começou cedo. Quatro potenciais candidatos já iniciaram suas articulações de olho na disputa do próximo ano: Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB), Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva (sem partido). A possibilidade do fim da polarização entre PT e PSDB, aliada à fama de bom articulador do pré-candidato tucano Aécio Neves e à crescente influência de Eduardo Campos, deu ainda mais relevância à montagem dos palanques estaduais. Em cada unidade da federação, as forças em jogo têm um quebra-cabeça para resolver. E já surgiram os primeiros problemas, especialmente na ampla base de Dilma.
Hoje, o PSDB governa oito estados; PSB, seis; PMDB, cinco; e o PT, quatro, além do Distrito Federal. A desordem do quadro partidário brasileiro se evidencia nos cenários estaduais. Não são poucos os exemplos de siglas adversárias no plano local e aliadas em âmbito nacional - ou vice-versa. O quadro de 2014 apresenta desafios distintos para as diferentes forças em jogo. Na candidatura petista, o problema é a possível cisão em alguns estados onde há mais de um pré-candidato na base de apoio de Dilma. Sem a máquina federal nas mãos, os tucanos podem perder alianças tradicionais nos estados. Enquanto isso, o PSB admite a dificuldade de construir palanques em todos as regiões do país. Para a "Rede" de Marina Silva, que poderá se configurar como a principal novidade partidária em 2014, o caminho deve ser a independência.
O palanque estadual é importante porque permite ao candidato presidencial andar lado a lado com lideranças locais que podem lhe render votos - por serem mais próximos do eleitor, esses políticos regionais muitas vezes atuam como fiadores do candidato nacional.
Dentro da heterodoxa base da presidente Dilma, os entraves para a montagem dos palanques são mais evidentes. Os maiores dizem respeito ao PMDB, o partido do vice-presidente, Michel Temer. O presidente da sigla, senador Valdir Raupp, cita os estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul como os principais problemas para a unificação das candidaturas na base. "Estamos conversando, tenho certeza de que vamos chegar a um acerto", diz Raupp.FONTE:FOLHA