segunda-feira, 22 de abril de 2013
Marcelo Guimarães Filho: reconstrução estratégica é o caminho para o Bahia
Quando assumi a presidência do Bahia, em 2009, encontrei o clube precisando de investimentos em todas as áreas, ao mesmo tempo em que urgia montar uma equipe competitiva. Um ano depois, o primeiro resultado: voltamos à Série A depois de sete anos fora da elite.
O ano de 2012 foi repleto de vitórias: Campeão Baiano depois de 11 anos sem títulos, disputamos uma competição internacional após 23 anos e ficamos entre os oito melhores da Copa do Brasil após 10 anos. A divisão de base foi reestruturada e voltamos a ter convocações para seleções: são 18 jovens até hoje. Conquistamos 31 títulos e fornecemos bons atletas ao profissional. Tudo isso enquanto “colocávamos a casa em ordem”, do ponto de vista administrativo.
Mas não se pode ganhar sempre. Nos ciclos da vida, como no futebol, colhemos vitórias e derrotas. Um ciclo termina e criamos expectativas em relação ao que se inicia. É assim com o Ano Novo, com jogos e campeonatos. Quando perdemos, sentimo-nos frustrados e esquecemos o que já conseguimos. A tristeza e a decepção do torcedor, que são igualmente minhas, transformaram-se em críticas à minha gestão. Compreendo perfeitamente. No entanto, há fatos não divulgados e que merecem ser conhecidos.
Após quatro anos e quatro meses como presidente, posso olhar pra trás e ver muita coisa feita. Construímos bem aparelhada academia, compramos equipamentos para a fisiologia, fisioterapia, ortodontia e departamento médico, reformamos quatro campos no Fazendão, a sala de imprensa e modernizamos a cozinha e o refeitório.
Houve significativa evolução no pagamento dos salários dos funcionários, que antes chegavam a atrasar cinco meses. Se ainda não alcançamos o ideal, estamos bem mais perto.
Prometi reformar o estatuto e possibilitar o voto à presidência. Cumpri a promessa este ano, mesmo enfrentando obstáculos e críticas. Hoje, sócios patrimoniais em dia com as obrigações podem votar nas eleições presidenciais, como em outros grandes clubes do Brasil. No entanto, entendo que mudanças no estatuto podem - e vão - avançar.
A aquisição do novo ônibus, que faz o torcedor se orgulhar do time e oferece mais conforto e segurança à comissão técnica e aos jogadores, também foi uma conquista. A Cidade Tricolor, o novo Centro de Treinamento, será entregue ainda este ano. Com mais de 300 mil m², será dos mais modernos do Brasil.
As conquistas não param aí. Visando avançar na modernização da instituição, contratamos novos profissionais para os setores financeiro, jurídico e administrativo. Isso fez com que conseguíssemos obter uma melhor gestão das finanças do clube.
No intuito de tornar transparente nossa administração, publicamos o balanço financeiro - que passou por auditoria externa e independente - no nosso site. Em 2012, as contas fecharam com déficit de R$ 2 milhões, o melhor desempenho da nossa história. A previsão para 2013 é que o saldo seja positivo.
Ainda haveria muito a dizer, mas o mais importante é mostrar que uma mudança estrutural, porém pouco conhecida, está em curso no Bahia. O futebol brasileiro está se modernizando e nós estamos acompanhando. Ganhar ou perder em campo faz parte do jogo. Ninguém ganha sempre. O que não podemos é perder o bonde da história.
Para que isso não aconteça, estamos plantando as sementes de um futuro glorioso para o nosso Bahia. Um futuro condizente com nosso passado e com a força da nossa torcida.FONTE:CORREIO DA BAHIA