sexta-feira, 5 de abril de 2013
Papa Francisco quer que igreja atue 'com determinação' contra pedofilia
O papa Francisco quer que a Igreja Católica "atue decisivamente" para eliminar os abusos sexuais de crianças por religiosos e garanta que os responsáveis sejam punidos, disse o Vaticano em nota nesta sexta-feira.
É a primeira vez que o pontífice latino-americano se pronuncia sobre as milhares de denúncias em todo o mundo contra padres pedófilos. Francisco também pediu para que "todos aqueles que foram vítimas de violência no passado sejam ajudados".
Autoridades do Vaticano disseram que Francisco, em uma reunião com o chefe de doutrina da Santa Sé, arcebispo Gerhard Muller, declarou que combater o abuso sexual é importante "para a credibilidade da Igreja".
O papa confirmou que preconizará a tolerância zero, como Bento 16, e convidou a hierarquia da Igreja a promover "medidas de proteção dos menores", ressalta o comunicado divulgado pelo gabinete de imprensa da Santa Sé.
Francisco herdou uma Igreja manchada por problemas e envolvida num grande escândalo de abusos sexuais de crianças cometidos por padres.
Os primeiros casos de sacerdotes que abusaram de crianças e adolescentes foram denunciados primeiro nos Estados Unidos no início dos anos 2000. Em seguida, envolveram as Igrejas de vários países da Europa, sobretudo da Irlanda, onde foram registrados milhares de abusos.
A Igreja da América Latina também conheceu uma série de escândalos. O mais famoso foi o do fundador mexicano do movimento conservador dos Legionários de Cristo, Marcial Maciel, também culpado de abusos sexuais.
Em maio de 2011, a Congregação para a Doutrina da Fé, encarregada das denúncias, deu o prazo de um ano às conferências episcopais do mundo para a adoção de diretrizes contra a pedofilia, incluindo a colaboração com a Justiça civil.
O promotor designado para os casos de abuso, monsenhor Charles Scicluna, indicou recentemente que, em setembro, pelo menos 75% das conferências episcopais enviaram uma resposta ao Vaticano.