domingo, 19 de maio de 2013
Aécio é o novo presidente do PSDB
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi eleito neste sábado (18/5) presidente do PSDB durante convenção do partido realizada em Brasília (DF). Em clima de campanha, o candidato à Presidência em 2014 mirou o PT em seu discurso, exaltando o legado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
"Queremos tirar o país das garras de um partido que se esqueceu da sua história. Um partido que se encastelou no Estado. O PT colocou o Estado a serviço de seu projeto de poder", disse o senador, eleito por 521 dos 535 delegados.
Repetindo por diversas vezes, que "política e ética podem caminhar juntos", Aécio criticou principalmente a área da Educação do atual governo, afirmando que na época em que FHC estava no poder (1995-2002), foi universalizado o acesso às escolas. "País rico é país com educação", disse Aécio, contrapondo o slogan do governo federal: "País rico é país sem pobreza".
Ele também exaltou o plano Real, dizendo que foi o "maior programa de transferência de renda" do país, e acrescentou que o DNA do PSDB "está em todos os programas de transferência de renda reunidos no Bolsa Família".
Ao começar sua fala, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi sensível a ao esforço de seus correligionários em resgatar seu legado. "Vimos aqui que há uma vontade muito grande de renovação que não joga fora o passado", disse. Em sua fala, FHC afirmou que o PSDB precisa se aproximar do povo. A reflexão, embora não seja nova, foi reforçada com ênfase pelo ex-presidente. "O PSDB tem de estar próximo do povo, Aécio", disse em seu discurso dirigindo-se ao novo presidente do partido. "O povo precisa de carinho", acrescentou. Fernando Henrique também destacou a importância que o partido deve dar às mulheres e aos jovens. "Essas terão de ser nossos principais interlocutores", declarou o tucano.
Como os demais correligionários, o ex-presidente usou boa parte de sua fala para criticar o PT e o governo da presidente Dilma Rousseff . Disse que dos 39 ministérios, o que mais atua na gestão petista é o "Ministério da Desinformação e da Propaganda". Declarou que o Brasil precisará planejar o que fará com sua economia depois que a crise internacional passar e que atualemte o país está basicamente abraçado com a Argentina. Reconheceu, entretanto, que a vitória em 2014 "não será fácil". Em uma das críticas ao PT, Fernando Henirque fez o que outros tucanos fizeram: afagou o ex-governador de São Paulo José Serra . "O ministro Serra foi herói ao lutar para os genéricos existirem no Brasil".
O ex-presidente da legenda, Sérgio Guerra, fez um pronunciamento pregando a união da sigla. Guerra disse que o ex-presidente FHC desenvolveu "uma trilha para que o Brasil prosperasse". Com poucas referências ao seu sucessor na direção da sigla, Guerra elogiou Serra com firmeza
"Fizemos a campanha de Serra. Impossível alguém ter mais firmeza do que Serra. Ele é comando, lealdade, um grande líder nacional como poucos que o Brasil já teve."
Ao falar da necessidade de manter o PSDB unido, Guerra, que liderou o partido nos últimos seis anos, destacou que esse é o caminho para enfrentar o "adversário que não tem nenhum respeito pela democracia, pelas instituições, muito menos pela oposição". "A união do PSDB não é superficial, está nos Estados, municípios. Essa unidade, união, é mais do que nunca, indispensável para que tenhamos a chance de avançar, de disputar eleições".
Citando os presidentes do DEM e do PPS, respectivamente o senador José Agripino (RN) e o deputado Roberto Freire (SP), Guerra defendeu a busca por apoios, afirmando que o partido precisa ser "amplo, geral, unir todo mundo".
Serra
Em seu pronunciamento, Serra disse nunca ter colocado a paixão à frente da razão nas decisões políticas. "Nas grandes decisões que já tomei na vida publica, nunca coloquei, nunca pus, não ponho e não portei as paixões à frente da razão."
"Com os olhos em 2014 e no futuro do Brasil, continuarei a atuar em favor da unidade das oposições e de quantos entendam que é chegada a hora de dar um basta à incompetência orgulhosa."
A eleição de Aécio como presidente da legenda foi questionada dentro do partido, principalmente pela ala paulista. Em um esforço de conciliação, o senador "loteou" o comando partidário para incluir aliados do ex-governador.
Assim como seus correligionários, Serra criticou o governo do PT. "Dias atrás, o ex-presidente Lula disse que nós da oposição não temos projeto para o Brasil. Ele disse isso. E ele está, como quase sempre, obviamente, enganado. Temos o projeto de tirar o Brasil da estagnação econômica que o petismo provocou", disse. "Temos que reestatizar o estado brasileiro, que foi privatizado em função de interesses de natureza partidária."