O enfermeiro Evanderly de Oliveira Lima, suspeito de matar a tiros a juíza Glauciane Chaves de Melo, de 42 anos, foi preso na manhã desta segunda-feira em uma mata no município de Alta Taquari, em Mato Grosso. O crime ocorreu dentro do gabinete da magistrada enquanto ela trabalhava. Ex-marido da vítima, Lima foi encontrado pelos policiais deitado e camuflado com folhas secas. Ele não reagiu à prisão.
O suspeito foi levado para a delegacia de Alto Taquari. Lima será interrogado pelo delegado João Ferreira Borges, responsável pelo inquérito. O enfermeiro estava foragido desde a última sexta-feira, quando Glauciane foi assassinada. O revólver calibre 38, usado para matá-la, estava no gramado do Fórum. A arma não era registrada.
Evanderly Lima era ex-marido de Glauciane e, por isso, tinha livre acesso a ela
A ação de captura contou com apoio das polícias Civil e Militar de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás; Força Tática, Polícia Rodoviária Federal e Ministério Público do Estado. O coordenador militar do Tribunal de Justiça do Mato Grosso, coronel Wilson Batista, disse que a demora para prender Evanderly Lima se deu devido ao bom condicionamento físico do enfermeiro.
Segundo o coronel, o suspeito serviu no Corpo de Bombeiro de Minas Gerais e fez cursos de busca, salvamento e resgate e, portanto, conhecia as técnicas de se esconder em locais de difícil acesso.
Já o presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Orlando Perri, afirmou que o caso da juíza não ocorreu por falha na segurança. Para Perri, Evanderly Lima era ex-marido de Glauciane e, por isso, tinha livre acesso a ela.
De acordo com testemunhas, no dia do crime, o enfermeiro iniciou uma discussão. Logo depois, foram ouvidos disparos. O acusado fugiu a pé, correndo, do local. O segurança do Fórum chegou a persegui-lo e fazer alguns disparos na direção dele, que se escondeu entrando em um matagal. A vítima chegou a ser socorrida e encaminhada a um hospital da cidade, mas não resistiu
Em nota, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Joaquim Barbosa, expressou pesar pelo falecimento da juíza. “Em nome da Corte e do Conselho, o ministro estende suas sinceras condolências aos familiares da magistrada”, diz o texto divulgado na última sexta-feira.