Cumprindo agenda típica de candidato na Bahia, o ex-governador José Serra (PSDB) disse ontem que "seria bom" que o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, decidisse disputar a eleição de 2014.
"Acho que se o Joaquim Barbosa quisesse ser candidato, era bom. (...) Expressaria alguma corrente de opinião no Brasil. Acho que tudo isso deve aflorar. É positivo", afirmou, em entrevista à rádio Metrópole, de Salvador. Ele disse ainda que, pessoalmente, "não embarcaria" em uma campanha com Barbosa, mas que a "multiplicidade" de nomes é positiva.
Quando questionado sobre a candidatura do senador Aécio Neves (MG), nome do PSDB para a disputa, Serra disse que o assunto ainda não foi "formalmente definido" -"até pelo que ele [Aécio] tem dito", acrescentou-, mas reconheceu que o mineiro tem "bastante apoio".
Ao comentar a conduta do mineiro (Aécio diz que só tratará de eleição em 2014), Serra descreveu uma situação que pode ser aplicada a ele próprio: "Nenhum candidato até agora se declarou candidato. A Marina [Silva], o Eduardo Campos [governador de Pernambuco]... e gasta-se bastante papel com isso".
Há anos, Serra e Aécio disputam espaço no PSDB. Hoje, o senador tem a hegemonia no partido. Asfixiado, o ex-governador estuda deixar a sigla para a hipótese de se candidatar à Presidência. Questionado sobre a possível migração para o PPS, tergiversou: "vou me entrevistar para saber".
Por quase 50 minutos, Serra falou sobre manifestações, criticou o PT e enalteceu iniciativas de suas próprias gestões.
Antes de ir à emissora de rádio, o tucano cumpriu outras duas agendas em Salvador: visitou o grupo Obras Sociais Irmã Dulce e, depois, o prefeito da cidade, seu aliado em 2010, ACM Neto (DEM).