A bola está com ele e, logo de cara, Fernando Schmidt fez ela rolar. O novo presidente resolveu trabalhar já no dia seguinte à eleição histórica do Bahia, quando foi escolhido pelos sócios com 67% dos votos para comandar o clube até dezembro de 2014. Passou o domingo acompanhado do vice Valton Pessoa, e do publicitário Sidônio Palmeira no escritório do Mundo Plaza para traçar quais serão os primeiros passos da gestão no clube.
A primeira medida está diretamente ligada ao futebol. A intenção de Schmidt é conversar com o técnico Cristóvão Borges para começar a reforçar o elenco. O prazo para inscrições de jogadores, segundo o regulamento do Brasileiro, vai até 4 de outubro. “Temos que enfrentar esse prazo para as contratações. O time será reforçado e vamos conversar com Cristóvão. A nossa intenção é fazer todo um planejamento de como isso poderá ser feito nos próximos dias”, diz o presidente.
Ainda na noite de sábado, depois da eleição, três jogadores surgiram como possíveis reforços: Michel, lateral-direito do Atlético Mineiro, Léo Gago, volante do Palmeiras, e Lucca, meia do Cruzeiro. Enquanto o jogador da Raposa está mesmo na mira, os dois primeiros estão descartados.
“Vamos tentar o Lucca, fazer o possível para ter esse jogador”, admite Valton Pessoa, para depois frisar. “Precisamos de uns três ou quatro reforços. As contratações passarão pela análise do treinador, seja a necessidade da posição, ou para avaliar o jogador”.
A continuidade do diretor de futebol Anderson Barros é incerta. Tudo depende de uma conversa entre o dirigente e a nova cúpula tricolor. O nome de William, ex-gerente de futebol do Corinthians, e que não aceitou um convite anterior do ex-presidente Marcelo Guimarães Filho, aparece forte nos bastidores.
Schmidt, ao menos por enquanto, prefere manter a cautela. “Não vamos tomar uma posição imperial, onde só o presidente decide. Vamos conversar não só com o Anderson Barros, como com outras pessoas que fazem a composição da comissão técnica do Bahia. Não queremos trazer nenhum tipo de desestabilização para o clube. Estamos andando em cima de uma navalha. É preciso reforçar, mas não podemos desestabilizar”.
Urgente
O resultado da auditoria será divulgado hoje e, até o momento, as informações sobre a situação financeira do clube ainda são superficiais. Mas o vice-presidente Valton Pessoa já espera as dificuldades. “Não conhecemos ainda a realidade do Bahia. A gente só sabe que vai enfrentar muita dificuldade, que existe uma dívida muito grande. Queremos entender a situação do clube, funcionários, elenco, administração, receita, pagamento de folha... É tudo emergência, tudo urgente”.
Por causa dessas dificuldades, o nome de Reub Celestino é dado como certo no setor administrativo-financeiro do clube. Ex-presidente da Empresa Baiana de Alimentos (Ebal), Reub é torcedor do Bahia e tem longa experiência na área.
“Conheço ele há muito tempo, pois já trabalhamos juntos. Sei que, além de muito amor pelo Bahia, tem um rigor grande na área administrativa e financeira. É um nome, mas não posso confirmar ainda”, despista Schmidt, que promete divulgar toda equipe hoje.
“Estamos na dúvida entre quatro ou seis diretores nas áreas administrativa e financeira, futebol, jurídico, divisões de base e marketing. Além de ter uma espécie de diretoria executiva que pegaria setores como, por exemplo, o social e o patrimonial”.
