Marquinhos, Juan e William Henrique estufaram a rede do Maracanã, mas o nome do jogo foi outro. Ney Franco não pisou dentro das quatro linhas, mas, fora delas, assinou de forma heroica o triunfo do Vitória por 3x2 diante do Fluminense. As decisões do treinador foram determinantes para a construção do placar que manteve o Leão na briga por uma vaga na Libertadores da América do próximo ano.
Decisões norteadas por coragem e ousadia. O que faria um treinador conservador ao perder um zagueiro com apenas 15 minutos de bola rolando? A resposta é rápida: tiraria um atacante ou meia ofensivo de campo para recompor a defesa. Mas o que Ney Franco fez? Sem titubear, abriu mão do seu volante clássico, aquele que estava em campo justamente para deter o adversário. Logo após a expulsão de Kadu foi Michel quem deixou o gramado para o zagueiro Luiz Gustavo entrar.
Medo? Essa palavra parece não fazer parte do dicionário futebolístico do treinador do Vitória e ele não demorou para ousar mais uma vez. Disposto a vencer a qualquer custo, Ney tirou o experiente Renato Cajá e apostou na velocidade de William Henrique. Não, isso não aconteceu nos minutos finais da partida. Mesmo em desvantagem, a mudança foi feita logo aos 10 minutos do 2º tempo. E o que o Pica-Pau fez? Marcou o gol da vitória para a alegria e consagração de Ney Franco.
O herói sem chuteiras agradou a todos. “O Vitória hoje está muito preparado para chegar longe com esse treinador. Quero parabenizar todo o grupo e principalmente ao treinador. Foi um resultado muito importante”, elogiou o presidente Alexi Portela Júnior. Da arquibancada, o reconhecimento veio em forma de música: “Eu sou Vitória, com muito orgulho, com muito amor”, cantarolou a torcida.
Como em toda história em quadrinho, desenho animado ou filme de aventura, o herói rubro-negro fez questão de dividir o mérito da batalha vencida. “Tenho que elogiar o espírito, nossa equipe foi muito guerreira. A comissão trabalhou muito bem e os jogadores se entregaram. Saio daqui muito contente. Estamos sonhando uma realidade”, vibrou Ney Franco. Fonte:Correio da Bahia