domingo, 20 de outubro de 2013
Petista deixou evidente que entende tão pouco de humor quanto de liberdade de expressão
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário já escolheu seu mais recente inimigo: um blogueiro anômimo que, sob a alcunha de Joselito Müller, divulga piadas em formato de notícias – falsas – na internet.
A Polícia Federal recebeu nesta sexta-feira o pedido de abertura de inquérito para investigar o autor de um texto humorístico sobre a ministra. A investigação deve ter início na segunda-feira. Maria do Rosário se irritou quando a página divulgou um texto atribuindo a ela declarações favoráveis a um ladrão de motocicletas que foi baleado por um policial militar paulistano na semana passada; as imagens correram a internet.
A petista deixou evidente que entende tão pouco de humor quanto de liberdade de expressão: anunciou que recorreria à PF para descobrir o autor da troça e exigir que a página saísse do ar. A ministra declarou guerra, portanto, a um blog humorístico amador, que não esconde de seus leitores o fato de produzir notícias falsas – como “Chico Buarque recusa convite para substituir Bell Marques no Chiclete com Banana” e “Carla Perez escreverá coluna literária no The New York Times“.
Maria do Rosário tentou se explicar em uma nota à imprensa: “Sou defensora plena da liberdade de expressão, mas a manipulação é inadmissível”. A frase pode ser traduzida como “Sou contra a censura, desde que eu não seja contrariada”.
E não custa lembrar: foi a mesma Maria do Rosário quem lançou na internet a ilação de que oposicionistas estavam por trás dos boatos sobre o fim do Bolsa Família. A ministra não se retratou nem quando a Polícia Federal descartou a hipótese.
Renan Calheiros teve que ir ao supermercado
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), criou um problema para si mesmo quando suspendeu, no início do mês, uma controversa licitação para a compra de alimentos que abasteceriam sua residência oficial por seis meses. A lista de compras, estimada em 98 000 reais, incluía 1,7 tonelada de carne – por exemplo, 20 quilos de salmão, 25 quilos de camarão vermelho e 100 quilos de filé mignon. Depois que o caso veio à tona, Renan se esforçou para demonstrar que não sabia do exagero, e acabou cancelando o pregão.
Agora, sem poder contar com os alimentos pagos pelo Senado, ele teve de tomar providências para abastecer a despensa com dinheiro do próprio bolso, além de aumentar o número de refeições fora de casa. O novo processo de compra deve ser aberto na semana que vem.
Senado aprova projeto que cria novos municípios
O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira o projeto de lei que devolve às Assembleias Legislativas o poder de avalizar a criação de novos municípios. Tal prerrogativa havia sido suspensa em 1996 por meio de uma emenda constitucional. O texto, proposto em 2002, também determina critérios para a fusão, incorporação, criação e desmembramento de municípios. A matéria segue para sanção ou veto da presidente Dilma Rousseff.
De acordo com o relator da matéria, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), a proposta aprovada permitirá a criação de 188 municípios. Pelas novas regras, para dar início ao rito de fundação de novas cidades, é necessário o encaminhamento de um pedido para a Assembleia Legislativa do estado com apoio de pelo menos 20% do eleitorado da unidade da federação.
PRESIDENTE VETA QUASE TUDO
O Congresso Nacional apreciou nesta quarta-feira mais cinco vetos da presidente Dilma Rousseff. Ao contrário do que ocorreu nas votações anteriores, desta vez não havia itens controversos na lista. O resultado da apuração – que deve ser favorável à manutenção dos vetos – será divulgado nas próximas horas.
A pauta inclui um projeto um que prevê indenização a policiais federais que trabalham em região de fronteira – Dilma vetou o artigo que torna o benefício retroativo a 1º de janeiro. Outro item vetado cria cargos no Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (DENASUS).
A apreciação dos vetos uma vez por mês é um compromisso do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que organizou um esforço para limpar a a pauta do Congresso, antes obstruída por mais de 3.000 vetos.Fonte:veja