quinta-feira, 3 de outubro de 2013
Samuel Celestino:"Aqui, quem tem aparecido muito na mídia, por que razão não sei, é este folclórico deputado Isidório, evangélico"
Não creio, mas tomo como verdade, que o senador Walter Pinheiro, pré-candidato ao governo baiano em disputa direta com o chefe da Casa Civil, Rui Costa, teria dito que é necessário apressar a decisão sobre a escolha do candidato que representará o PT na sucessão baiana. Não é do seu perfil, mas, de outro modo, também não vou de encontro ao que se propala. Wagner ficou de definir o candidato à sua sucessão até novembro, portanto ainda restam pouco mais de 30 dias para uma definição. Para completar a trilogia, o secretário José Sérgio Gabrielli também anunciou que está no jogo. Assim posto, se havia esperança de que com o tempo os quatro pretendentes se transformassem em um, a expectativa gorou.
Aliás, não me lembro de lançamentos de pré-candidatos múltiplos como aconteceu no PT baiano. Lula, ao precipitar a sucessão com o lançamento, em dezembro do ano passado, de Dilma Rousseff à reeleição, procurou fechar os caminhos de possíveis outros interessados. Foi o que aconteceu. Mesmo experimentando uma monumental queda em junho-julho, a presidente se refez, em parte, mas nenhum outro petista se atreveu surgir no cenário como, pelo menos, interessado em disputar a presidência.
Aqui, quem tem aparecido muito na mídia, por que razão não sei, é este folclórico deputado Isidório, evangélico, uma versão baiana do deputado Feliciano que foi galgado ao estrelato num erro da mídia, que não levou em consideração que, ao invés de combatê-lo, estava abrindo para ele espaços públicos. Por consequência, virou estrela anti-gay, o que, por estas bandas, o sargento Isidório repete. Antes, ele andava com um botijão de gás no ombro, nos espaços da Assembleia, para se diferenciar dos demais parlamentares. Um maluco ou coisa semelhante.
Por mais que negue, e eu já não acredito na negativa, quem está a acontecer na sucessão baiana é o ex-governador Paulo Souto, que tem um estilo correto no proceder. Aos poucos, ele testa a realidade eleitoral baiana, escrevendo bons artigos em A Tarde e, agora, abrindo espaços próprios nas redes sociais, de sorte a trocar ideias com seus seguidores. Abriu uma Fan Page no Facebook que tem dado certo. Por ora, está de vento em popa.
Fora daí, o ex-governador voltou a dar passos na política, mas nada diz se pretende, ou não, ser candidato. É o principal nome do DEM, sem que se despreze o nome de José Carlos Aleluia que, anteontem, voltou a dizer, em entrevista à rádio Tudo FM, que nunca negou a sua pretensão de governar a Bahia, acentuando que seria um gestor voltado para as carências do estado e para a modernidade.
A postura de Aleluia é semelhante a de Geddel Vieira Lima, que comanda o PMDB baiano. Geddel, no entanto posiciona-se como um crítico mordaz do governo Jaques Wagner que, para ele, quebrou a economia da Bahia ao dizer que “A Bahia não está quebrada, quebraram a Bahia pela incompetência gerencial”. Por aí passará a campanha, com críticas as duas gestão do governador Jaques Wagner.
Se Souto for candidato, provavelmente não será este o seu comportamento, como demonstrou durante este período em que o PT comanda o estado. Ele preferiu observar, sem fazer críticas públicas nem abrir polêmicas, até por não ser interessante, na medida em que estava afastado da política partidária, embora estivesse próximo durante a campanha de ACM Neto à Prefeitura de Salvador.
Quanto a Otto Alencar, será que estaria a fazer um jogo político ao dizer que não tem interesse pelo governo e, sim, pelo Senado? Nas próximas eleições, o Senado oferecerá uma vaga solteira e, como é cargo majoritário, poderá vir a ter uma disputa semelhante a do governo do estado. A diferença são os candidatos. Se houver problemas entre os candidatos do PT, Wagner poderia –é uma mera suposição- apoiar seu vice-governador que preside o PDS na Bahia e apoiará a candidatura Dilma Rousseff. O PSDB tem João Gualberto, um dos primeiros a se lançar candidato ao governo. Até que não há definições. O jogo sucessório mudará pouco, como se observa nesta análise, e só ganhará força no próximo ano. É quando se projetam mudanças concretas como, aliás, é normal. As questões são resolvidas no ano eleitoral.Fonte:Atarde(Texto-Foto)Samuel Celestino