O torcedor do Bahia não pode reclamar de má sorte. A bola tricolor não entra por falta de competência, mas os adversários teimam em ajudar o Esquadrão a se manter fora da zona de rebaixamento. Ontem, mais uma vez, o time foi desalentador. Empatou com o Atlético-PR jogando com um a mais em metade da partida e contra uma equipe que veio sem cinco titulares.
O pior do Bahia não é empatar jogos desse tipo ou perder outros da mesma forma. A grande questão é que o time não dá esperanças ao seu torcedor. Não é incisivo, não pressiona o adversário, não se impõe. Os tricolores não podem pedir ao Senhor do Bonfim para a bola entrar porque até perto do gol é difícil ela chegar. Resta pedir para os outros não ganharem. E fazer contas rodada após rodada.
Assim, a história dos dois últimos anos se repete. A sete rodadas do fim, o Bahia luta novamente para não cair. Luta pelo ‘troféu 16º lugar’. Ontem, os resultados ajudaram. O péssimo empate até foi matematicamente bom: ganhou uma posição e abriu mais um ponto do Z-4. “A distância aumentou e é a única coisa que é satisfatória, o resto não serviu”, afirmou o técnico Cristóvão Borges.
Só que o clube ganhou mais um adversário nessa briga inglória. A Ponte Preta, que parecia entregue, chegou aos mesmos 33 pontos do Vasco e botou o pescoço fora da zona. Cristóvão, que começa a ser questionado, sabe que a situação é complicada. “O campeonato está chegando em sua reta final e precisamos sair dessa posição. Hoje (ontem), logicamente, estamos insatisfeitos, frustrados e tristes com a nossa apresentação”, disse Cristóvão, reconhecendo a atuação ruim da equipe.
Mas não há tempo para lamentos. Se não quiser depender exclusivamente do insucesso dos rivais, o Bahia precisa se reencontrar. Apesar das limitações do elenco, o time teve boas apresentações, contra Flamengo, no 1º turno, ou Botafogo, no 2º. “Essa reta final tem uma exigência maior e temos que responder, buscar os resultados”, acredita o técnico.
Faltam sete rodadas: 21 pontos em jogo. Se não quiser depender até mesmo do rival, o Bahia precisa somar ao menos oito deles. Ou é provável que a Igreja de Nosso Senhor do Bonfim comece a encher de tricolores rezando pelos outros.Fonte:Correio da Bahia