Às 19h33, o ônibus com os 9 réus condenados que vieram a Brasília de São Paulo e Belo Horizonte entrou no presídio. Poucos minutos depois, os ex-tesoureiros Delúbio Soares (PT) e Jacinto Lamas (PL, ex-PR), que estavam presos na Superintendência da PF, também chegaram ao local.
A PF queria que os presos fossem à penitenciária da Papuda, que é isolada de Brasília e pode receber tanto presos em regime fechado quanto em semiaberto, para evitar confusão na frente de sua Superintendência Regional --que fica dentro da capital.
A Vara de Execuções Penais do DF, designada pelo Supremo para cuidar dos presos, no entanto, não recebeu a chamada carta de sentença com orientações sobre como proceder com cada um dos condenados.
O juiz da vara, Ademar Silva Vasconcelos, queixou-se de não ter recebido o documento do relator do caso, o presidente do STF, Joaquim Barbosa. O ministro não se manifestou.
A PF pressionou para enviar os detidos à cadeia, até porque só possui duas celas e quatro camas em sua superintendência local. Não estava claro até a conclusão desta edição se o juiz tomou a decisão sozinho.
Além disso, durante o dia todo um carro de som contratado pelo PT-DF ficou na frente do prédio, que se situa no final da Asa Sul de Brasília. Houve palavras de ordem e o hino socialista "A Internacional" tocado alto.
No auge do protesto, no começo da noite, havia cerca de 80 pessoas no local, inclusive uma deputada federal, Erika Kokay (PT-DF). Manifestantes empurraram e provocaram jornalistas.
Os presos fizeram um périplo aéreo. O ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente petista José Genoino foram pegos no começo da tarde em São Paulo por um jato EMB-145 da PF. Ninguém estava algemado, seguindo decisão do Supremo que só determina a medida em caso de risco de violência.
De lá, o avião foi a Belo Horizonte, onde recolheu o operador do mensalão, Marcos Valério de Souza, e outros seis condenados.
Chegaram a Brasília às 17h45. As duas mulheres do grupo devem ser encaminhadas a uma unidade feminina.