Mais do que reafirmar o nome do senador Walter Pinheiro (PT) ao governo da Bahia em 2014, a plenária de avaliação do mandato do senador, neste sábado, 23, no Hotel Fiesta, em Salvador, deixou claro uma coisa: a definição da escolha do candidato do PT não passará apenas pelo crivo do governador Jaques Wagner (PT), mas pela aprovação interna do PT e, também, dos principais aliados.
O governador trabalha para que no próximo sábado, na reunião do Diretório Estadual, haja "unidade" em torno do nome do secretário da Casa Civil, Rui Costa, a quem Wagner gostaria de fazer seu sucessor.
Mas coube ao senador Walter Pinheiro, assim que chegou ao auditório repleto de lideranças políticas e apoiadores, sinalizar que o partido não aceitará imposições. "Eu agora quero insistir em uma das propostas que fiz há muito tempo atrás. Nós temos quatro candidatos. Ao invés de três retirarem as candidaturas é melhor que o PT escolha um e estou apresentando meu nome para que seja apreciado", sugeriu.
Pinheiro, que fez questão de conversar com o governador na noite de sexta-feira sobre a sua posição, disse que a escolha só deverá ocorrer no próximo final de semana. "Aqui (plenária) é a conformação de um campo que vai sugerir um nome".
Na sexta-feira, 22, ao inaugurar a cervejaria Itaipava, em Alagoinhas, o ex-presidente Lula - que vem conduzindo a campanha de releição da presidente Dilma Rousseff e tem dado ítaco no processo em vários estados - disse que na Bahia é Wagner quem comanda o processo. Lula também pediu "juízo" a Rui Costa e Sérgio Gabrielli, secretário do Planejamento ligado ao ex-presidente que também disputa a indicação do partido.
Gabrielli, que na semana passada divulgou carta enviada ao PT reforçando a necessidade de "auscultar" a base partidária e os aliados, lembrou que não é do feitio do governador "atropelar nem impor decisões". Para ele, a reunião do diretório "não pode ser transformada apenas numa festa". "Temos de transformar a reunião do diretório em momento de discussão sobre os desafios que temos e as diretrizes do próximo governo".
E mesmo que saia um nome de um dos quatro (o outro é o ex-prefeito Luís Caetano), sugeriu a realização de um encontro extraordinário do partido para quer as bases e os delegados façam discussão mais aprofundada. "Nós estamos no momento final não do processo todo, mas de uma etapa desta processo", concluiu Gabrielli.Fonte:Tribuna da Bahia