Ex-jogadores da seleção brasileira, entre eles Pelé, lamentaram a morte do lateral esquerdo do time nacional Nilton Santos nesta quarta-feira.
"Eu tenho uma lembrança que jamais esquecerei: quando fui convocado para a Copa Roca em 1957, tinha 16 anos. Depois dos conselhos do meu pai, Dondinho, o Nilton Santos foi o jogador que, com mais experiência, antes do treino me chamou e me encorajou para que eu não tivesse medo e jogasse o meu futebol", afirmou o ex-jogador do Santos.
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"Depois estivemos juntos por vários anos na seleção brasileira e ele continuou me dando conselhos, até que na Copa de 1958 eu acabei me tornando o mais jovem campeão do mundo."
Pelé também ressaltou as qualidades do ex-lateral fora de campo.
"Além de Nilton ter sido um craque, ele foi um grande exemplo e eu serei eternamente agradecido pelo que ele fez por mim. Mais um grande brasileiro que deverá ser sempre lembrado por todos."
Coutinho também lamentou a morte de Nilton Santos.
"Perdemos um grande cara, um amigo e um dos melhores laterais que este país já teve. É uma pena, mas esta é a única verdade da vida. Há pouco tempo perdemos também o Gylmar e o Djalma Santos. O Nilton me incentivou muito nas minhas convocações para a seleção brasileira", afirmou o ex-jogador do Santos e da seleção.
Para Valdir Joaquim de Moraes, sua imagem não condizia com quem era. "Eu não preciso nem ressaltar as qualidades de Nilton como jogador. Muitas pessoas achavam que ele era carrancudo, mas ele era na verdade muito alegre e estava sempre incentivando os outros", disse o ex-goleiro do Palmeiras e da seleção.
"Perdemos um pouco da nossa história e eu, um de meus ídolos. Não joguei com Nilton, mas sempre o admirei. Ele era elegante dentro de campo e muito inteligente, por isso era chamado de 'enciclopédia'", afirmou Edu, ex-Santos e seleção brasileira.
Nilton Santos, bicampeão mundial com a seleção, tinha 88 anos e estava internado com insuficiência respiratória desde dia 23 de novembro, no Centro de Tratamento Intensivo (CTI), de um hospital do Rio. Ele sofria da doença de Alzheimer e passou os últimos anos em uma clínica para idosos, com auxílio do Botafogo.
Segundo o boletim médico, Nilton morreu em decorrência de pneumonia comunitária, prejudicadas pela doença de Alzheimer e por insuficiência cardíaca grave.