Logo após a queda abrupta de popularidade em junho, Dilma Rousseff teve uma pequena recuperação. Em seguida, de agosto a outubro, parecia ter estacionado: oscilava dentro da margem de erro da pesquisa. Agora, fica claro que a trajetória da curva de aprovação do governo é mesmo gradual e ascendente.
Segundo o Datafolha, o governo federal era aprovado em agosto por 36% dos entrevistados. Foi a 38% em outubro. E agora está em 41%.
Já os que acham a administração petista ruim ou péssima eram 22% em agosto. Recuaram em outubro para 19%. E, na pesquisa da semana passada, 17%. A taxa de regular está mais estável, em 40% --só tem oscilado na margem de erro da pesquisa.
Dilma melhorou de maneira mais robusta sua imagem entre os menos escolarizados (a aprovação foi de 44% a 50%) e nas regiões Nordeste (de 46% a 52%) e Norte/Centro-Oeste (de 39% a 48%).
Apesar desse aspecto positivo, a pesquisa traz duas notícias desagradáveis para a petista. A primeira é que Dilma continua muito longe do seu pico de popularidade, em março passado, quando tinha 65% de aprovação.
A outra descoberta do Datafolha é um tanto paradoxal. Embora os eleitores tenham melhorado sua percepção sobre o governo e dado a Dilma uma pontuação mais confortável na pesquisa, cerca de dois terços dos entrevistados diz esperar mudanças na próxima administração.
O Datafolha perguntou aos entrevistados se preferem que a maior parte das ações do próximo presidente seja "igual às ações da presidente Dilma Rousseff ou que a maior parte dessas ações seja diferente da atual presidente".
Para 66% dos pesquisados é melhor que o próximo presidente adote ações na maior parte diferentes de Dilma. Só 28% querem ações iguais.
O Datafolha fez a mesma pergunta em pesquisa de setembro de 2002, a um mês da eleição presidencial. O ocupante do Planalto era Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
São momentos diferentes. Ainda assim, o resultado daquela época é parecido com o atual. Em 2002, para 76% era necessário que o sucessor de FHC adotasse ações diferentes do tucano. O candidato governista era José Serra, que perdeu a disputa para Lula.