A CBF realizou nesta quarta-feira uma reunião com uma comissão de clubes formada por Coritiba, Vitória, Flamengo, Corinthians, Goiás e Portuguesa para discutir mudanças no calendário do futebol brasileiro e anunciou que os times farão no máximo sete jogos por mês a partir de 2015 e confirmou que os Campeonatos Estaduais terão quatro datas a menos já no ano que vem.
Por outro lado, a entidade voltou a dizer que as questões sobre salários e limite de jogos no ano devem ser discutidas apenas entre os clubes e os jogadores e que não cabe à CBF interferir nestes assuntos.
A reunião teve a presença do presidente José Maria Marin, do vice Marco Polo Del Nero e dos presidentes Vilson de Andrade (Coritiba), Alexi Portela (Vitória), Eduardo Bandeira de Mello ( Flamengo), Mario Gobbi (Corinthians), João Bosco de Morais (Goiás) e Ilidio Lico (Portuguesa).
Em comunicado assinado pelo presidente da CBF, José Maria Marin, reforça que a partir de 2015 todos os jogadores terão direito a 30 dias de férias e que não serão realizados jogos em janeiro das competições nacionais.
A entidade, no entanto, ressalta que o limite de sete jogos por mês poderá ser ultrapassado pelos times que venham a disputar as quartas de final, as semifinais e a final da Copa do Brasil e da Copa Libertadores.
Por outro lado, a comissão dos clubes também apresentou algumas propostas, que serão debatidas em uma reunião a ser marcada com o Ministérios do Esportes, da Fazenda e com a Secretaria da Receita Federal para negociar o Fair Play Fiscal e Financeiro. A ideia dos times é chegar a um acordo para que as dívidas sejam quitadas.
Além disso, o grupo quer mudanças com relação ao pagamento dos salários de jogadores machucados e a definição do pagamento por produtividade.
"Temos um exemplo hipotético: o jogador vai receber R$ 50 mil mensais, que é o que está na carteira. Mas pela produtividade, ele poderá atingira valores de até R$ 200 mil. Essa é a proposta. Não queremos mais salários tão alto. Vamos pagar pelo que se produz. Esse é o ideal. Vamos sugerir isso", disse Vilson de Andrade, presidente do Coritiba, que também explicou as mudanças na relação com jogadores machucados.
"Outra coisa é a questão dos jogadores lesionados. Queremos que funcione de maneira semelhante ao que ocorre na Europa, que é uma determinação da Uefa: quando um jogador se lesiona e fica oito meses fora, nós pagaremos apenas o primeiro mês de salário. Depois, o INSS pagará uma parte e o seguro arcará com o resto do salário. Não pagaremos a um jogador lesionado que não pode trabalhar", analisou.
O dirigente do time paranaense também falou sobre mudanças na relação entre clubes e agentes de jogadores.
"Vamos sugerir também uma limitação de comissão de agentes por transações e negociações de atletas. Alterações na Lei Pelé para assegurar direitos dos clubes formadores", finalizou.