A popularidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai ser mais uma vez elemento estratégico usado pelo Partido dos Trabalhadores nas campanhas estaduais de 2014.
A tática promete envolver a Bahia, onde já é planejada a vinda do ex-dirigente nacional nos primeiros dias do ano com o objetivo de estimular a pré-campanha do candidato à sucessão do governo Wagner, o secretário da Casa Civil, Rui Costa (PT).
Após acelerar a escolha do nome, o PT formula ações para mobilizar a aceitação popular de Rui, e, nesse cenário, militantes e dirigentes contam com a figura da maior estrela do partido.
A estratégia é confirmada pelo presidente estadual do PT, Everaldo Anunciação. Segundo ele, ainda não existe uma data prevista, mas certamente o ex-presidente será cabo eleitoral do postulante ao Palácio de Ondina.
A experiência do ex-presidente da República em articulação e o seu carisma seriam pontos altos levados em conta.
“O ex-presidente Lula já mostrou a sua disposição em ajudar onde o PT tenha candidato ou onde o PT participe da chapa majoritária. A sua participação é automática, um processo natural. A própria militância, os partidos aliados e a sociedade pedem”, enfatizou. Conforme Anunciação, será discutida qual a melhor forma de Lula já começar a ajudar na candidatura de Rui.
“Vamos dialogar com ele a melhor forma de contribuir. Óbvio que queremos que o próprio candidato mostre a sua identidade, com sintonia ao projeto nacional, querendo fazer mais, como o próprio já falou, mas o ex-presidente quer e pode agregar”, afirmou.
Partido organiza forte mobilização interna
Além do ex-presidente Lula, nos bastidores avalia-se que a presidente Dilma deve ser presença mais intensa, nos próximos meses, em estados onde o PT tem projeto próprio, como a Bahia.
Ela já teria sinalizado a maior programação de viagens ao Nordeste. Mas essa questão ainda não é assumida oficialmente pelos líderes petistas. Conforme o novo presidente do PT baiano, ainda não há envolvimento de Dilma nas articulações pré-eleitorais. “Ela ainda está em processo de gestão”, restringiu.
Segundo ele, o que já está valendo é a movimentação interna do PT em favorecimento a Rui. Passada a disputa em torno da definição, o clima é de entendimento. “É uma tradição, um rito natural no PT que muitos tomem posições diferentes, mas depois a manifestação interna é de união”, disse, sinalizando que agora o objetivo comum é abraçar a pré-campanha de Rui Costa.
“Nós vamos reunir o diretório em janeiro, entre os dias 10 e 20 de janeiro. Já temos um planejamento mínimo para 2014, e isso envolve a parte organizativa do partido e a montagem de estratégias. Nesse período vamos constituir o Grupo de Trabalho (GT) para as eleições, discutir programa de governo internamente, com a base aliada e com a sociedade civil”, destacou.
A conjuntura nacional com o PMDB no apoio a presidente e no âmbito local sendo contrário ao candidato governista não devem atrapalhar.
“Nós já convivemos com (esse comportamento) do PMDB na eleição. Esse é um problema do PMDB, que se mostra mais afinado com um projeto conservador. Eles preferiram o outro lado mais da direita, indo na contramão do povo brasileiro que foi às ruas pedindo mais. O PMDB faz a opção para quem fez menos pelo País”, criticou, fazendo alusão à aliança dos peemedebistas com os tucanos e democratas baianos.
O dirigente destacou o respeito também à posição da senadora Lídice da Mata, pré-candidata ao governo baiano, mas reforçou que essa é uma “escolha do PSB”.Fonte:Tribuna da Bahia