Algumas famílias optam por viajar nesta época de Réveillon. Algumas não podem ou não conseguem levar os seus cachorros para os seus destinos e ficam em dúvida do que fazer com eles. Já outras levam os seus animais de estimação e, se for para um lugar de praia, é preciso tomar alguns cuidados.
O médico veterinário Gilton Marques deu algumas orientações e dicas sobre o que fazer nestas duas situações. Segundo ele, se você for viajar e não levar o seu cachorro, há duas linhas de raciocínio. Na primeira delas, o cão sempre vai estar bem na casa dele, onde a família mora junto com ele.
"Se você tem um parente, uma secretária, alguma pessoa de confiança que possa acessar a sua casa, alguns autores (e eu também) indicam o seguinte: que ele seja fidedigno às coisinhas dele, ao cheiro dele, ao comedouro dele e ao tipo de layout da casa que ele já conhece nitidamente", explica dr. Gilton. Assim, o animal vai se estressar menos, além de ser levado a menos pontos exteriores negativos como estresses de latidos de outros cães, carrapatos e pulgas que possam estar contaminados e poderem transmitir doenças e o estresse de não ter o cheiro da família junto a ele.
Já a segunda linha de raciocínio é a de que o animal precisa ir para o hospedagem. "A gente indica que esse animal tem que estar vacinado, com a carteira de vacinação em dia. Ele tem que estar com um inseticida, um repelente, um preventivo para pulga e carrapato", orienta o médico veterinário. Outra recomendação é de que quando for entregar o cachorro no local, levar um suéter suado, que não será mais utilizado, de uma pessoa que ele mais toma como referência na casa e colocar lá como uma referência de segurança para ele.
Também é recomendado levar o comedouro, o bebedouro e, principalmente a ração dele. "Diga-se de passagem que alguns animais tem dieta alimentar e precisa ser rigorosamente atendido nessas hospedagens", ressalta.
"Infelizmente a gente sabe que tudo não ocorre 100% dentro de uma hospedagem e a gente tem que minimizar o máximo o estresse deste animal, porque além da falta, alguns autores e eu estudei isso há anos atrás, eles tomam isso como traição", afirma Gilton. Entretanto, como em um espaço de tempo o cão não sabe o que é um dia, o que é uma semana, o indicado, de acordo com o médico veterinário, é que, quando já estiver programado o dia de entregar o animal na hospedagem, a família se ausente para que esse intervalo de tempo cause uma dúvida no pet. "Será que meu dono ficou um dia, uma semana, ou um mês fora? Ele não vai distinguir. Automaticamente antes de você entregá-lo, da família se ausentar da vida dele, faça esse "apagão" [...] ou seja, leva ele para a casa de um parente, deixa lá um dia e depois pega de novo. Ou, ao contrário, manda alguém ir lá na casa, dar comidinha e água a ele e se ausenta. Isso pelo menos duas, três vezes, até ele ir para a hospedagem", recomenda.
No caso de levar para algum hotel, é muito importante conhecer o ambiente antes de levar o animal. "E desde os instrumentos de uso de higiene do ambiente canil até as condições de higiene sanitária de cada box do canil deve ser revisto", afirma Gilton. Segundo ele, a nível estrutural, o canil tem que ter uma área de sol, que é uma área livre, aberta. Também deve ter uma área de resguardo do animal. "Esta área deve ser de preferência azulejada, com um tablado, isolando o animal do piso, e deve ter pelo menos em média um metro e meio a dois metros quadrados a área de dormida do animal", diz o médico veterinário, excetuando a área externa.
"O cão ainda é um canídeo"
Por fim, o médico veterinário ressalta que, pelo cão ser um animal doméstico, ele está sendo muito participativo nas famílias brasileiras. "Mas a gente precisa entender que o cão ainda é um canídeo, é um canino. Portanto ele precisa ser respeitado nas condições de higiene, alimentação principalmente, e saber que os cães tem uma particularidade própria, ou seja, ele é um carnívoro por espécie. A gente não pode alterar muito a alimentação, a estética do animal, porque tem coisas que fogem ao bom senso em tratar o animal. Então evitar bebidas alcoolicas, evitar comidas caseiras, principalmente feijoada, churrasco, resto de comida, que é muito comum no fim de ano", destaca.
Segundo ele, algumas proteínas têm que ser repensadas para os cães, principalmente essas batatas doce, batatas salgadas, gorduras, resto de comida. "Isso normalmente ao longo dos anos, ao longo dos meses, vai colocar o animal em disfunção fisiológica, ou seja, o fígado, o rim, algumas glândulas vão ficar doentes", alerta. As informações são do iBahia.