A Polícia Federal deu início na manhã deste sábado (18) à operação Éskhara, que ocorre simultaneamente em três Estados para tentar desarticular uma organização criminosa que praticou uma fraude milionária contra a Caixa Econômica Federal (CEF) no final do ano passado.
Segundo informações fornecidas pela Caixa à polícia, essa é a maior fraude já sofrida pela instituição em toda a sua história.
Segundo o delegado regional executivo da superintendência da Polícia Federal em Tocantins, Almir Clementino Soares, os criminosos forjaram um bilhete da Mega-Sena com um prêmio no valor de R$ 73 milhões.
Nem o sorteio nem o prêmio eram reais. Eles abriram uma conta-corrente em nome de um ganhador fictício em dezembro do ano passado.
O gerente da agência liberou o pagamento do prêmio, que é feito pela própria Caixa. Depois a quantia foi dividia em duas outras contas bancárias, uma em Goiás (R$ 33 milhões) e outra em São Paulo (R$ 40 milhões).
A administração da Caixa, percebendo as irregularidades, solicitou esclarecimentos ao gerente da agência em Tocantinópolis, mas ele estava de férias e não apresentou nenhum documento comprovando a legalidade do pagamento.
A Polícia Federal, então, foi chamada para investigar o caso e conseguiu a prisão preventiva do gerente.
Até agora, cerca de 70% do valor foi recuperado por meio do bloqueio das contas bancárias dos envolvidos.
Como as contas foram bloqueadas, no entanto, a Polícia Federal ainda não conseguiu prender outros envolvidos. "Eles já estão cientes da investigação, mas, enquanto estiverem sendo procurados pela polícia, serão considerados foragidos", afirmou Soares.
Há ainda indícios da participação de um suplente de deputado federal do estado do Maranhão no crime, de acordo com a PF.
A operação está sendo cumprida ao mesmo tempo em Goiás, no Maranhão e em São Paulo. Ao todo, deverão ser cumpridos cinco mandados de prisão preventiva, dez mandados de busca e apreensão e um mandado de condução coercitiva.
Os envolvidos responderão pelos crimes de peculato, receptação majorada, formação de quadrilha e da Lei 9.613/98 (lavagem de dinheiro). Somadas, as penas podem chegar a 29 anos de prisão --caso haja condenação.
Procurada, a Caixa Econômica Federal informou que não vai passar informações do caso à imprensa, apenas à polícia, para não atrapalhar o andamento das investigações.