De acordo com seu advogado, Luiz Fernando Pacheco, o dinheiro foi depositado nesta tarde. Ele também informou que a família ainda está contabilizando o total arrecadado na campanha criada para levantar o dinheiro. "O valor passou a multa, mas ainda não sabemos em exatamente quanto", disse. Após o cálculo, o montante deve ser divulgado aos apoiadores de Genoino.
Entre os outros quatro condenados, três ingressaram com questionamentos na Justiça e aguardam uma resposta para quitar as multas. O único que não apresentou nenhum tipo de petição judicial foi Ramon Hollerbach, um dos ex-sócios do operador do mensalão, Marcos Valério.
Segundo seu advogado, Hermes Guerrero, Hollerbach não tem como quitar a multa de R$ 3,9 milhões que lhe foi imposta. "Nem se fosse 10% desse valor ele teria como pagar. Vamos esperar a inscrição na dívida ativa e deixar que a Procuradoria da Fazenda Nacional vá atrás de bens em seu nome, cobre isso de alguma forma. Não temos o que fazer", explicou.
Marcos Valério, por sua vez, aguarda uma decisão da Justiça sobre o pedido que fez para que o dinheiro de sua multa –a mais alta aplicada contra os condenados no mensalão, fixada em R$ 4,44 milhões– seja retirado de uma de suas contas bloqueadas pela Justiça.
"Há dinheiro para pagar essa multa nas contas que foram bloqueadas. E um dos motivos de bloqueio de contas é garantir que haverá dinheiro para, entre outras coisas, pagar eventuais multas impostas pela Justiça", disse o advogado Marcelo Leonardo.
Cristiano Paz, um outro ex-sócio de Valério, aguarda uma posição do STF sobre um questionamento que fez à Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, responsável pela cobrança das multas.
Seu advogado, Castellar Neto, alegou à Vara de Execuções Penais que o valores cobrado por sua multa –R$ 2,6 milhões– está sendo questionado em recursos enviados ao STF, por isso ainda não poderia ser pago.
Por fim, a defesa do ex-deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), divulgou uma nota dizendo que não irá fazer comentários a respeito das "obrigações legais" que recaem sobre o condenado.
A Folha apurou, no entanto, que a defesa está negociando com a Vara de Execuções Penais o parcelamento da multa de R$ 1,6 milhão.
COBRANÇA
Como não apresentou nenhum tipo de pedido à Justiça, a multa de Hollerbach será inscrita na dívida ativa da União e será cobrada pela Procuradoria da Fazenda Nacional.
Em relação aos demais condenados que não quitaram os valores, caberá à Vara de Execuções Penais avaliar os argumentos. A depender do questionamento ela pode suspender o prazo de pagamento até que se resolvam os pedidos judiciais ou, ainda, rechaçar as teses da defesa e inscrever os débitos na dívida ativa.