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A BIBLIA É A PALAVRA DO DEUS VIVO JEOVÁ.

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DISSE JEOVÁ DEUS: Pois Jeová falou: "Criei e eduquei filhos, Mas eles se revoltaram contra mim. O touro conhece bem o seu dono, E o jumento, a manjedoura do seu proprietário; Mas Israel não me conhece, Meu próprio povo não se comporta com entendimento.” Ai da nação pecadora, Povo carregado de erro, Descendência de malfeitores, filhos que se corromperam! Abandonaram a Jeová".Isaías 1:1-31

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Felipe Moura: “Passe Livre para a delinquência"

No dia em que é declarada a morte cerebral de Santiago Andrade, de 49 anos, cinegrafista da Band atingido por um rojão enquanto cobria as “manifestações”, convém lembrar o nome de alguns “pensadores” que legitimaram moralmente os atos dos “vândalos” – a rigor, terroristas – ou aliviaram a barra deles (as “vítimas do Estado”) o quanto puderam, até o ponto tragicômico de chamá-los de “presos políticos”.

Cada um desses, entre muitos outros que eu talvez acrescente depois (com a ajuda de vocês), deveria comparecer ao velório de Santiago e pedir desculpas à família pela irresponsabilidade intelectual, ainda que a responsabilidade criminal seja do suposto “Black Bloc” que atirou o rojão. O título do meu primeiro artigo sobre as manifestações, publicado em junho de 2013, já resumia o que a imprensa e a intelectualidade esquerdistas estavam dando desde o começo aos “manifestantes”: um “Passe Livre para a delinquência“, que só poderia resultar, “acidentalmente” ou não, no cadáver de um inocente.

Ricardo Boechat
Apresentador do Jornal da Band

No Youtube: “(…) Essa realidade vai mudar (…) se a população atacar, partir pro contra-ataque. Eu sou favorável a arranhar carro de autoridade, eu sou favorável a jogar ovo, eu sou favorável a revolta, a quebra-quebra, o c…lho. ‘Ah, isso é vandalismo!’ Vandalismo é o cacete! Vandalismo é botar as pessoas quatro horas na fila das barcas todo dia (…). Vandalismo é tu roubar feito um condenado o dinheiro público (…).”

Francisco Bosco
Colunista do Globo

“(…) quem está tentando saquear lojas está, precisamente, reivindicando um país melhor. E eles nos representam. São os únicos que realmente nos representam.” “(…) aqueles que passam ao real (os ‘vândalos’) na verdade não querem isso, não querem falar a ‘linguagem’ da PM. Esse é apenas o último recurso que resta quando os recursos da realidade são todos falseados.” “(…) é claro que eu preferiria obter transformações estruturais sem as injustiças e as confusões decorrentes dessas passagens ao real (…), mas isso não me parece possível, justamente.”

[Ver meu artigo: Vamos comparar Rachel Sheherazde com Francisco Bosco, em homenagem ao PSOL e ao Sindicato dos Jornalistas, inclusive para entender o artifício que Safatle usa abaixo]

Chico de Oliveira
Sociólogo, autodeclarado “socialista há 50 anos”

À Folha: “Faço uma boa avaliação [dos Black Blocs]. Se eles se constituem como novos sujeitos da ação social, é para saudar. Vamos ver se, com a ajuda deles, a gente chacoalha essa sociedade que é conformista.”

Vladimir Safatle
Professor de Filosofia da USP

Na Folha, querendo uma solução política e não policial para os vândalos que chantageiam o Estado com uma “violência genérica”: “(…) Nesse contexto de mutismo, a violência aparece como a primeira revolta contra a impotência política. A história está cheia de exemplos nos quais as populações preferem a violência genérica à impotência. Ainda mais quando se confrontam com uma brutalidade policial como a nossa. Como todo sintoma, há algo que essa violência nos diz. A resposta a ela não será policial, mas política.”

Bruno Torturra
Representante do Mídia Ninja, parceiro de Pablo Capilé

No Valor: “O Black Bloc não é um movimento. É uma estética, um código simples de reproduzir. Quando vão para a rua a sociedade identifica: o Black Bloc chegou. É um comportamento emergente. (…) A ação direta das pessoas, seja alguém de classe média que pintou a cara de verde e amarelo, seja o garoto de periferia que vai quebrar um banco. (…) Grande parte da sociedade pacata se sente representada. Não está disposta a fazer como o Black Bloc, mas se diz intimamente: ‘Pode continuar, não quero que a Rota quebre esses meninos’.” No Roda Viva: “Para a gente dizer se dá para condenar ou não uma ação do Black Bloc, a gente tem de discutir, antes, a prioridade, inclusive midiática, e o escândalo que a sociedade sente quando um vidro é quebrado, quando o patrimônio de um banco é quebrado, e a gente não tem a mesma reação, e a gente não encara da maneira escandalizada, quando o cidadão é agredido. (…) O que a gente tem de entender é que são jovens que sofrem violência há muito tempo. A maioria deles não confia no estado…”
Captura de Tela 2014-02-11 às 00.07.55
Caetano Veloso
Compositor e “colunista” do Globo

Tico Santa Cruz
Vocalista da banda Detonautas

Nas redes sociais, conforme reportado pelo Extra: “Vamos para as ruas! Mas vamos conscientes! 7 de setembro – meu ALVO É O CONGRESSO NACIONAL! Democracia não se faz com ratos de terno e gravata e sim com gente trabalhando pelo povo! BLACK BLOCK LIVRES”

Tico Santa Cruz Black Bloc

Rafael Alcadipani Silveira
Coordenador de pesquisas organizacionais da Fundação Getúlio Vargas

Ao Estadão: “Muitos dos jovens que estão usando essa estratégia da violência nas manifestações vieram das periferias brasileiras. Eles já são vítimas da violência cotidiana por parte do Estado e por isso os protestos violentos passam a fazer sentido para eles.”

[Sobre o comentário acima, Demétrio Magnoli escreveu em "Nas franjas do Black Bloc", no mesmo Estadão: "Rafael Alcadipani da Silveira, autor do diagnóstico que equivale a uma celebração do vandalismo, não é um músico punk, mas um docente da FGV-SP. O seu (preconceituoso) raciocínio associa 'violência' a 'periferia' - como se esse sujeito abstrato (a 'periferia') fosse portador de uma substância inescapável (a 'violência'). Por meio do conhecido expediente de atribuir a um sujeito abstrato (a 'periferia') as ideias, as vontades e os impulsos dele mesmo, Silveira oculta os sujeitos concretos que produzem um 'sentido' para 'protestos violentos'. Tais sujeitos nada têm que ver com a 'periferia': são acadêmicos-ativistas engajados na reativação de um projeto político que arruinou a vida de uma geração de jovens na Alemanha e na Itália (...)".]

Pablo Ortellado
Professor e pesquisador da USP

À Folha: [Por ser uma ação simbólica (o capitalismo ruindo na destruição de uma agência bancária), "a chave para entender a tática está mais na interface da política com a arte do que com o crime, porque ela não é contra pessoas, só contra coisas". No artigo "Vidas valem mais do que vidraças", após chamar a destruição de propriedade privada de "ação simbólica": "Ao chamar a atenção para os bancos, para as grandes marcas e para o Estado brasileiro, o Black Bloc resgata a atenção dos meios de comunicação e a redireciona para o sistema econômico e político que está na gênese da verdadeira violência da nossa sociedade. É uma questão em aberto se essa mensagem está sendo adequadamente recebida pelo público. Mas, seja como for, essa tática não é nem violenta, nem arbitrária – e, sobretudo, ela não é tola. Nossos jovens que estão nas ruas merecem respeito e nosso apoio."

Eugenio Bucci
Colunista do Estadão e da Época

Na Época: "Os adeptos do quebra-quebra devem ser contidos, por certo, mas não devem ser tratados como se fossem terroristas ou traficantes armados. Esses jovens não são a fonte do mal que nos espreita. Não são assassinos, não são assaltantes, não são integrantes de milícias ilegais."

Andre Borges Lopes
Colaborador do blog do militante petista Luís Nassif

No blog do Nassif: “Não tenho nem sombra de dúvida de que prefiro esses inconformados que atrapalham o trânsito e jogam pedra na polícia. (...) Esses moleques que tomam as ruas e dão a cara para bater incomodam porque quebram vidros, depredam ônibus e paralisam o trânsito. Mas incomodam muito mais porque nos obrigam a olhar para dentro das nossas próprias vidas e, nessa hora, descobrimos que desaprendemos a sonhar.”

Ivana Bentes
Professora e pesquisadora da Escola de Comunicação da UFRJ

"(...) é inútil e simplista dividir os manifestantes entre “vândalos”, “mascarados” e os manifestantes pacíficos. Se gritam é uma dor que dói. Ou uma intensa alegria. Estamos todos juntos! É impressionante ver como os garotos da periferia do Rio estão se apropriando e emponderando da linguagem politica e estética das manifestações e vice-versa. Porque ali, de máscara ou cara lavada, com táticas lúdicas (performance, fantasias, carnaval politico) ou violência real e simbólica o que está sendo viralizado e se propaga por contagio [sic] e intensos debates é um desejo de transformação. Uma escola de ativismo em fluxo, processo político. Os Black Blocks, mas não só eles, todos os que sofrem o poder no corpo (jovens negros das favelas, população de rua e agora ativistas e midialivristas) colocam de forma muito explicita [sic] uma questão decisiva para todos nós: o monopólio da violência pelo Estado.”

Jean Wyllys
Deputado federal do PSOL

No Facebook, usando o vandalismo da extrema esquerda de 1968 para aliviar a barra do da extrema esquerda atual: “O ‘vandalismo’ e sua linguagem da violência contra ‘patrimônios’ têm algo a nos dizer sobre esses tempos vivemos. Não vamos nos esquecer de que sair assaltando, ops!, ‘expropriando’ banco e sequestrando embaixadores também era considerado ‘baderna sem sentido’ na ida década de 70; queimar sutiãs em público e defender a inserção da mulher no mundo do trabalho também já foi considerado ‘baderna sem sentido’. Ora, se quem assaltou banco e sequestrou autoridades nos anos 70 tinham motivos (não compreendidos à época), os ‘vândalos’ de hoje também têm os seus; se na incompreensão dos motivos da geração 68, seus contemporâneos defenderam repressão contra ela, algo parecido pode estar se passando hoje com os ‘vândalos’! Já pararam pra pensar nisso?!”

Marcelo Freixo
Deputado estadual do PSOL

No Youtube: “Acho que é um movimento. Vários movimentos têm vários métodos distintos. Eu não sou juiz para ficar avaliando os métodos em si. Eu tenho uma militância de muitos e muitos anos, muito antes do Parlamento. São mais de 25 anos de militância. Tem uns métodos que eu acho que são mais eficientes, tem outros que eu acho que são menos, mas eu não sou juiz pra dizer que movimento é um movimento correto ou não é. Eu acho que qualquer movimento que visa a construção de uma sociedade mais justa é válido. E os métodos representam um outro debate.”

Edilson Silva
Militante do PSOL e membro da Executiva Nacional do partido

No site do PSOL, estabelecendo em teoria o manual de conduta que Freixo segue na prática no vídeo do comentário acima: “(…) não nos parece que o conceito da tática Black Bloc seja algo retrógrado ou mesmo indesejável em essência e propósitos originais. É algo progressivo, politicamente moderno, trazido pelas mãos da dialética na história. Se este fenômeno é mesmo a síntese de um processo histórico e do desenvolvimento das forças produtivas, creio estar descartada a hipótese da não convivência com ele. (…) Por outro lado, não parece o mais correto o aplauso fácil e irresponsável à tática, tratando as suas fragilidades e portas abertas a todo tipo de oportunismo e infiltrações fascistas e policiais como um mero efeito colateral. Não perceber e não buscar evitar estas fragilidades é permitir que um fenômeno progressivo seja capturado pelo regime político que em essência busca combater, dando matéria-prima para justificar a ampliação da repressão estatal ao conjunto das forças e movimentos que questionam a ordem. Para quem pretende mudar o mundo de verdade, não deve parecer utópico ou ingênuo demais querer ver os movimentos e partidos da esquerda coerentes, como o PSOL, dialogando com a tática Black Bloc, respeitando todas as táticas e o máximo possível as sensibilidades mais positivas da opinião pública e da consciência das massas, respeitando-a e sem capitular a ela, como defendia Lênin; ou disputando a hegemonia, como teorizava Gramsci, fazendo desta consciência social mais um aliado na construção de uma sociedade mais próxima da que precisamos. Talvez esteja aí o nosso desafio nesta questão da tática Black Bloc.”

[PÓS-ESCRITO DE TERÇA-FEIRA: O artigo de Edilson Silva - oh, coincidência! - foi retirado do site do PSOL um dia após a morte de Santiago. O endereço original era este: http://www.psol50.org.br/site/artigos-e-entrevistas/583/tatica-black-bloc-condenar-conviver-ou-se-aliar, mas ele ainda pode ser lido aqui. Será que o PSOL quer apagar os vestígios de parceria com os Black Blocs? Puxa vida, ficavam tão bem juntinhos!...]

“A criminalização dos manifestantes, dos movimentos sociais, é expressão da violência ilegítima do Estado, da truculência contra a democracia.”

Bianca Comparato
Atriz

“[Órgãos de imprensa] só reportam o que é que foi quebrado, o que foi destruído. E eu também acho que tem de parar para pensar o que é que está sendo destruído. São casas de pessoas, como (sic) a polícia joga uma bomba de gás dentro de um apartamento? Não! São lugares simbólicos”.

Marcos Palmeira
Ator

“Essa violência absurda da polícia contra a população, botando todo mundo no mesmo balaio, quer dizer, são duzentas pessoas presas politicamente… Isso é uma loucura em 2013. (…) Vamos anistiar esses presos políticos.”
Marcos Palmeira Pim Beagles
Participaram também:

- Wagner Moura
- Mariana Ximenes
- Leandra Leal
- Chacal
- Teresa Seiblitz
- Luís Henrique Nogueira
- Adriano Pilatti
- Camila Pitanga, que aliás questionou:

“A violência vai chegar até que ponto? Vão precisar terem mortes? Porque porrada já tá rolando. Pessoas sendo machucadas já está rolando. Agora, prisões. Daí vai pra onde?” Como bem observou um leitor, ela só não esperava que a morte ia ser de um cinegrafista; e os responsáveis, aqueles que ela julgava serem as vítimas.

Nenhum dos participantes do vídeo, diga-se, repudiou nele o linchamento deste PM, que acontecera dias antes, em 17 de junho de 2013:Fonte:Veja(Jornalista-Felipe Moura-foto)