Um em cada quatro consumidores das classes B e C devem pelo menos o dobro de sua renda mensal. Essa é uma das constatações de um estudo divulgado nesta quarta-feira (12) pela Serasa Experian.
Segundo o estudo, entre os inadimplentes da classe C, 25,6% deviam, no ano passado, o equivalente a 201% ou mais da sua renda. Na classe B, esse índice é próximo: chega a 23,1% dos inadimplentes.
A pesquisa da Serasa Experian considera como integrantes da classe C os brasileiros com renda mensal entre R$ 994 e R$ 3.147. Fazem parte da classe B, segundo os dados, consumidores com renda mensal entre R$ 3.148 e R$ 6.502.
Na classe A (renda superior a R$ 6.503 mensais), segundo o estudo, 40,6% dos inadimplentes deviam o equivalente a 10% da renda no ano passado.
Nessa camada da população, os que deviam 201% da renda ou mais eram 11,7% do total.
Entre os consumidores de classe D (renda mensal entre R$ 299 e R$ 993), 21,9% deviam pelo menos 201% do valor de seus rendimentos.
Outros 19,7% dos consumidores da classe D deviam entre 11% e 30% da renda.
País tinha 5,9 milhões de inadimplentes no ano passado
O estudo mostra que, em 2013, 5,9 milhões de consumidores brasileiros estavam inadimplentes, ou seja, estavam com dívidas atrasadas por mais de 90 dias.
O número supera a população das cidades de Salvador e Brasília, que, juntas, têm 5,7 milhões de habitantes. É maior, também, do que a população total de alguns países, como Dinamarca (5,5 milhões de habitantes) e Eslováquia (5,4 milhões).
Ainda assim, o número de devedores permaneceu praticamente estável com relação ao ano anterior. Em 2012, segundo a Serasa Experian, o país tinha 6 milhões de inadimplentes.
36,6% dos inadimplentes são reincidentes, diz a pesquisa
De acordo com o estudo, 36,6% dos consumidores que estavam inadimplentes no ano passado eram reincidentes, ou seja: estiveram endividados em 2012, quitaram seus débitos, mas voltaram a ficar inadimplentes.
O estudo da Serasa Experian mostra ainda que, em 2013, 33,6% dos inadimplentes tinham uma dívida. Outros 19,3% tinham duas dívidas em aberto e 18,4%, entre cinco e nove dívidas.
Na comparação com os anos de 2012 e 2011, tem caído o porcentual de pessoas com maior quantidade de dívidas.
Para Ricardo Loureiro, presidente da Serasa Experian, esse é um dado positivo, que pode ser creditado à maior preocupação dos consumidores com o tema e a maiores exigências na concessão de crédito. "Mas poderia estar melhor. O descontrole ainda é o maior motivo de inadimplência", diz. As informações são do Uol.