O humorista Renato Aragão, de 79 anos, sofreu um infarto agudo do miocárdio, o que o levou a ser internado às 12h40 de sábado no hospital Barra d'Or, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Segundo boletim médico divulgado neste domingo, Didi passou por uma angioplastia e permanece na unidade coronariana do hospital. Ele continua internado e o quadro é estável.
De acordo com o hospital, o humorista está sob observação e outras informações sobre o caso não serão divulgadas a pedido da família do humorista. De acordo com a revista Contigo, o ator passou mal após a festa de aniversário de sua filha, Livian. Até a divulgação do primeiro boletim médico, às 16h30 deste domingo, a informação era de que Didi teria sofrido uma crise hipertensiva e estaria em observação no hospital para fazer exames.
História – Renato Aragão entrou para a história da televisão interpretando um personagem de alegria explosiva, meio malandro e meio ingênuo - Didi Mocó. Foi na pele desse palhaço de cara limpa que ele levou 125 milhões de espectadores aos cinemas em 47 filmes. Também capitaneou o quarteto cômico Os Trapalhões - completado por Dedé, Mussum e Zacarias -, cujo programa cativou sucessivas gerações de crianças nos 25 anos em que esteve no ar. O personagem cacifou seu ator como um representante da infância: ele é embaixador do Unicef.
Nascido em um lar de classe média em Sobral, no Ceará, antes de chegar à TV ele fez faculdade de direito, ambicionando subir no banco em que trabalhava. Mas, admirador do comediante Oscarito (chegou a ver um de seus filmes dezesseis vezes), encontrou sua vocação na carreira artística. O personagem Didi surgiu em 1960, em um programa regional da TV Ceará. Aragão concluiu que seu prenome não evocava notas humorísticas. Certo dia, decidiu entrar em cena com o nome Didi.
Nos anos 70, antes do advento das apresentadoras loiras, Didi, Dedé, Mussum e Zacarias reinavam absolutos entre a criançada. Autor da maioria dos roteiros dos filmes e programas dos Trapalhões, Aragão era a grande cabeça criativa do grupo. Por um período muito breve, em 1983, Dedé, Mussum e Zacarias separaram-se de Didi, que ficou sozinho no programa.
Zacarias morreu em 1990. Em 1994, com a morte de Mussum, o programa chegou a seu fim. Deprimido, Aragão continuou fazendo o Criança Esperança e alguns especiais na Globo, mas esteve afastado dos programas semanais por quatro anos. Retornou em 1998, com A Turma do Didi. Dono de bordões memoráveis como "ô psit" e "ô da poltrona", o humorista está fora da grade regular da Globo desde o ano passado, com a extinção de A Turma do Didi.
(Com Estadão Conteúdo)