Os aliados políticos sentaram à mesa para acalmar os ânimos e esclarecer as últimas tratativas sobre o assunto, depois que Leão foi sondado como o suposto candidato a vice de Rui pelo oposicionista Lúcio Vieira Lima (PMDB). O pedetista Nilo e o progressista Negromonte estão na briga para ver quem deve indicar o postulante.
Depois de sair da conversa com o diretório estadual, ontem, João Leão (PP) disse que o clima é de “santa paz” dentro do partido e com Nilo. Segundo ele, ainda não tem nada acertado. “Isso de meu nome foi uma brincadeira. O candidato a vice de nosso partido é Mário Negromonte”.
Mas, se o martelo ainda não foi batido está perto. A convite do próprio governador, hoje, ele e Negromonte vão se encontrar com o chefe às 16h30 na Governadoria. “Mas ainda não vai ser a conversa final. Fomos nós quem pedimos a ele esse diálogo após o Carnaval”, afirmou. Nilo minimizou ao dizer que as relações entre ambos “sempre foram apaziguadas”, mas também mostrou que nenhum deles cedeu: “Eu quero ser vice e ele também quer. O governador é o árbitro e é quem vai decidir”, enfatizou.
O governador Jaques Wagner avisou que a definição sai antes do seu aniversário, dia 15, e que todos deveriam ter “paciência” para esperar o desfecho da novela, mas a expectativa é grande entre os líderes partidários que buscam conquistar a vaga. O deputado Mário Negromonte destacou ontem que a demora “hipervalorizou” a vaga, o que ajudou a tensionar a situação. “Com isso aumentou as especulações, mas estamos aguardando o governador decidir”, afirmou.
Segundo ele, a conversa com Nilo foi uma forma de mostrar que a amizade entre eles continua. “Foi um gesto de cordialidade dele ter vindo aqui conversar conosco”, disse ontem à noite, enquanto ainda se reunia com o diretório estadual.
Negromonte não descartou a possibilidade em torno de Leão. “É um nome que está sendo cogitado, algumas pessoas falam, é respeitado em toda a Bahia, um nome forte”, frisou.
Leão também não negou e demonstrou ter apreciado os rumores. “Lúcio é meu amigo, mas ele gosta de botar as pessoas para brigarem”, disse. O certo é que na briga pelo espaço na chapa, o PP quer mostrar que tem peso e sinaliza que pode pôr na mesa até mesmo o cenário nacional.
“Estamos aqui fazendo uma análise da conjuntura nacional e estadual. Há uma briga nacional dos partidos e na Câmara querem fazer até um blocão que tenha vida própria, independente da posição”, disse. O progressista negou que seja um prenúncio de rebelião, mas frisou que há um clima de insatisfação, em função de cargos. “Todos os partidos querem ser contemplados e estão colocando dificuldades”, revelou. Há alguns meses houve rumores de flerte entre o PP e a oposição comandada pelo candidato à presidência Aécio Neves (PSDB). Na Bahia, há algumas semanas também foi cogitado que o partido teria conversado com oposicionistas e na Assembleia Legislativa há nos bastidores quem tenha manifestado o desejo de caminhar com o lado antissituação.Fonte:Tribuna da Bahia
