terça-feira, 22 de abril de 2014
Caso de médica que acusa Secretaria de Saúde de racismo será discutido nesta quarta
O caso de Luamorena Leoni Silva que acusa a secretaria municipal de saúde (SMS) de racismo tem mais um embate nesta quarta-feira (23). Segundo a médica, a SMS pediu a transferência da profissional da Unidade de Saúde da Família do Alto das Pombas, na Federação, onde atua, sem 'nenhum critério concreto, mas amplamente vago". A reunião marcada para as 9h, no Centro Cultural da Câmara Municipal de Salvador, terá a participação Conselho Municipal de Saúde e do Conselho Municipal das Comunidades Negras e discutirá o problema. De acordo com Luamorena, que é negra e usa cabelo "rastafári", uma denúncia de que ela não teria o perfil adequado para a função na unidade de saúde também foi desmentida. "Não tem processo, não tem ata, não tem nada que comprove", declarou a médica. Ela ainda acredita que o fato de fazer críticas ao estado de funcionamento do local pode ter influenciado no pedido de afastamento. "A gente já vive questionando os problemas lá desde novembro desde 2012 e acaba sendo mau visto pela gestão", avalia a médica. Segundo ela, problemas de estrutura, como infiltrações nas paredes e falta de material de trabalho, como medicamentos, são constantes. Luamorena também informou ao BN que já existe uma rede de solidariedade na comunidade do Altos das Pombas para garantir a permanência dela no lugar. Outras entidades também já lhe prestaram apoio, como o Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed), o Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb-BA), a Faculdade de Medicina da Bahia da UFBA e a Marcha Mundial das Mulheres. O grupo da Federação também pede mais investimento e melhorias para a unidade. Luamorena afirma também que processará os servidores implicados no problema e a pasta municipal, pela prática de racismo, crime que é inafiançável.