sexta-feira, 16 de maio de 2014
Argôlo repassava dinheiro de origem ilícita e era financiado por doleiro, aponta PF
A Polícia Federal terminou o relatório sobre o envolvimento do deputado federal Luiz Argôlo (SDD-BA), que responde a dois processos no Conselho de Ética por quebra de decoro, e o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato por suspeita de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 10 bilhões. A PF analisou 1.411 mensagens de celular entre o parlamentar e o acusado, de setembro do ano passado a março deste ano. A linha usada pertenceria à Câmara dos Deputados. No documento, a PF conclui: "os indícios apontam que o deputado tratava-se de um cliente dos serviços prestados por Youssef, por vezes repassando dinheiro de origem aparentemente ilícita, intermediando contatos em empresas, recebendo pagamentos, inclusive tendo suas atividades operacionais financiadas pelo doleiro". Os investigadores revelam conversas por mensagem de celular em que o deputado e Youssef combinam a entrega de dinheiro no apartamento funcional da Casa Legislativa, ocupado pelo congressista desde novembro de 2011. Os dois teriam até mesmo uma linha de telefone exclusiva, segundo a polícia. Por meio dela, Argôlo chegou a consultar o doleiro sobre os rumos do próprio mandato. Ele pergunta: "vc acha q devo pegar a vice lide ou a comissão do orçamento?? ou nada??". O doleiro responde: "pega a vice liderança". O relatório aponta ainda que o deputado usou cota parlamentar para pagar viagens para se reunir com Youssef. Segundo a apuração, eles tentaram atuar na Petrobras mesmo depois da saída do ex-diretor Paulo Roberto Costa, que também foi preso na Lava Jato. Argôlo teria agendado reunião entre o doleiro e José Carlos Consenza, atual diretor da estatal. O documento da PF ainda será enviado ao Supremo Tribunal Federal devido ao foro privilegiado do parlamentar. O STF irá decidir se abre investigação contra ele. Informações do G1.