domingo, 25 de maio de 2014
Juiz também não tem tempo para trocar ‘figurinhas’, diz Amab sobre fala de Eserval Rocha
A Associação dos Magistrados da Bahia (Amab), em nota pública, em relação às declarações do presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), desembargador Eserval Rocha,sobre a atuação das associações e sindicatos, esclarece que “sempre acreditou que o melhor caminho para solucionar os graves problemas que assolam a Justiça baiana é o diálogo e a colaboração”. Segundo a Amab, “os juízes de primeiro grau e servidores enfrentam a absoluta falta de condições de trabalho, e, por isso, é que devem ser, em uma gestão participativa e transparente, ouvidos, para que se aprimorem mecanismos eficientes para atender melhor a população”. O texto, assinado pela presidente da associação, juíza Marielza Brandão, afirma que a “magistratura baiana concorda com as medidas moralizadoras adotadas pelo Presidente”, mas que, “no entanto, não aceita o desrespeito com que tem sido tratada, e nem a ordem de prioridades estabelecidas pela atual gestão, como, por exemplo, a reforma da sala do Tribunal Pleno, a compra de veículos para o segundo grau, a instalação, neste momento, da Câmara do Oeste e a extinção de 34 vagas de juízes em Salvador, com a criação de igual número de vagas para atender ao Tribunal, numa gestão que prometeu dar atenção especial à melhoria da prestação jurisdicional através de aparelhamento adequado do primeiro grau”. A Amab também diz que magistrados e servidores também “não têm tempo para ‘trocar figurinhas’’, pois, diariamente, “se desdobram para tentar atender a demanda de processos que se avolumam nos cartórios, com as poucas condições existentes”. A Amab diz que faltam servidores, estagiários, sistema informatizado eficiente e um terço dos magistrados não tem assessor, além de ser escasso o fornecimento de água e material de uso contínuo. “Queremos melhor atender a população, queremos um Poder Judiciário eficiente e responsável”, diz a nota. A Amab ainda lamenta que a presidência do TJ tenha fechado o diálogo com magistrados e servidores, “demonstrando desconhecer, ou pouco se importar, com a situação precária e desumana das condições de trabalho a que são submetidos”.