O Solidariedade vai coligar na Bahia com a chapa majoritária encabeçada pelo pré-candidato ao governo do Estado pelo DEM, Paulo Souto. A união com a principal chapa oposicionista à administração petista já foi sacramentada pelo presidente nacional da legenda, deputado Paulinho da Força. Com isso, a campanha de Souto aumenta quase 40 segundos o tempo de propaganda partidária na TV.
O dirigente estadual da sigla, deputado Marcos Medrado, já tinha revelado ao Bocão News que seguiria a determinação da executiva nacional, independente de qual fosse, mas manteria o apoio declarado no início do ano à candidatura do postulante petista Rui Costa, decisão que já foi, inclusive, liberada por Paulinho da Força, conforme afirmou em entrevista nesta sexta ao próprio Medrado, na rádio Nova Salvador.
Mas, o problema é que, mesmo com a liberação da executiva nacional, Medrado e o deputado Luiz Argôlo – caso se arrisque a tentar continuar com o mandato após a enxurrada de denúncias que o ligam ao doleiro Alberto Youssef – integrarão a coligação que o Solidariedade fará na proporcional para a eleição de deputado estadual e federal. A união pode ser com o DEM, PSDB e PMDB, principais partidos que formam o grupo contrário ao governo Wagner, ou em uma possível formação de chapão com outros partidos que caminharão com Souto, entre eles PV e a Frente Partidária Jorge Aleluia que conta com o PRP, PTdoB, PSDC, PTC, PMN, PEN, PPL e PPS. O Solidariedade poderá ainda coligar apenas na majoritária e buscar atingir o quociente eleitoral sozinho.
Conforme legislação, nas eleições proporcionais, os votos são divididos pelo partido ou coligação. Se um partido ou coligação não alcançar o número mínimo de votos – quociente eleitoral –, o candidato, por mais votos que obtenha nas urnas, não será eleito. Mas um postulante poderá ser eleito com ajuda do partido ou de uma coligação que alcance o quociente.
O deputado federal Arthur Maia, líder do movimento na Bahia que tirou das mãos do PT o apoio do SDD a Rui Costa, já informou que a legenda vai integrar o chapão. “Neste momento a única coisa que posso garantir é que o partido vai coligar na proporcional”, disse em entrevista à reportagem. Medrado foi procurado, mas não foi localizado.
Nas eleições de 2010, Medrado disputou a cadeira na Câmara pelo PDT e teve pouco mais de 68 mil votos. A cadeira foi garantida porque os pedetistas baianos uniram-se à chapa proporcional que contou com PT, PP, PRB, PHS, PSB e PCdoB. No total, o grupo obteve 3,5 milhões de votos e garantiu 20 vagas no Congresso. Argôlo era do PP e também foi beneficiado pela chapa proporcional, que garantiu ainda a reeleição do governador Wagner (PT). O parlamentar obteve 68 mil sufrágios. Arthur Maia, que era do PMDB em 2010, teve 74 mil votos, o mais votado entre os três deputados que deixaram os respectivos partidos e se filiaram ao Solidariedade, fundado em novembro do ano passado. O PMDB juntou-se com mais quatro partidos em 2010 – PTB, PSC, PR, PRTB – e obteve 1,3 milhão na proporcional, o que garantiu sete cadeiras na Câmara. O cabeça da chapa era o então candidato Geddel Vieira Lima (PDMB).Fonte:Bocão News