sexta-feira, 6 de junho de 2014
Final da Copa já vale R$ 80 mil no mercado paralelo
Com a disputa acirrada para os últimos dos mais de 3 milhões de ingressos colocados à venda pela Fifa, a concorrência agora vem da internet. Sites cobram até R$ 80 mil para os principais jogos, sem dar ao torcedor a garantia de entrar nos estádios. Mesmo que a Fifa insista em dizer que só é possível adquirir os ingressos por meio de seu site oficial e de promoções dos patrocinadores - lembrando que pode cancelar os bilhetes que não forem negociados pelos trâmites legais - diversas páginas oferecem entradas para todas as 64 partidas do Mundial. Com sede na Espanha, o Iguana Tickets tem uma versão em português que vende entradas para a Copa. Com um desenho semelhante do site oficial da Fifa, a página anuncia ingressos de todos os jogos em todas as categorias. O mais caro é o para o setor vip na final, pela bagatela de R$ 79.931,02. Além do Iguana, outras páginas, como Ticket, Tri Tickets, Ticket Network, Live Football Tickets e a Guarantee Tickets também anunciam entradas para o Mundial. O esgotamento de ingressos pode levar torcedores a compras impulsivas. Por isso, o Procon pede cuidado. "O consumidor que opta por adquirir ingressos de uma fonte ilegal se sujeita a perder uma pequena fortuna. Além da entrada, a pessoa pode pagar viagem, hospedagem e ter a decepção de não entrar no estádio", alerta o assessor técnico de fiscalização da entidade, Luciano Souza. Ele acredita que o Procon deve ter trabalho nos próximos dias. "Depois da venda desse último lote, as pessoas que entram na fase de desespero passam a comprar por esse tipo de site e começamos a receber denúncias", diz. Para evitar estelionatos, a Polícia Civil está de prontidão com quatro departamentos para combater a venda de ingressos ilegais tanto pela internet, como no entorno dos estádios. O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e o Departamento de Inteligência da Polícia Civil (Dipol) atuam no combate à venda dos ingressos pela internet. Ronaldo Tossunian, delegado que trata de crimes eletrônicos pelo Deic, diz que alguns distritos já registraram boletins de ocorrência. "Muitas vezes, as vítimas passam registros de seus cartões direto para a conta dos estelionatários", conta o delegado. Segundo ele, os autuados nesse tipo de crime podem pegar de 1 a 5 anos de reclusão.