A circuncisão também reduz o risco de mulheres virem a contrair Aids, segundo um estudo apresentado nesta sexta-feira (25) na Conferência Internacional sobre a epidemia, em Melbourne, na Austrália.
De acordo com o estudo feito com uma comunidade sul-africana onde havia muito homens circuncidados,
as mulheres que mantiveram relações sexuais apenas com esse grupo tiveram cerca de 15% menos chances de serem contaminadas em comparação com as mulheres de companheiros não circuncisos.
"A redução do risco é pequena, mas é um começo", declarou um dos autores do estudo, Kevin Jean, da ANRS (Agência Nacional de Pesquisas sobre a Aids francesa).
A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda a circuncisão para homens dos 14 países da África Subsaariana com os maiores níveis de infecção.
Vários estudos demonstraram que a circuncisão reduzia nos homens entre 50% e 60% dos riscos de contaminação.
A pesquisa da ANRS se concentrou em 2.452 mulheres com idades entre os 15 e 20 anos que moram em Orange Farm (África do Sul), fazendo entrevistas e exames de sangue em 2007, 2010 e 2012.
O percentual de homens circuncidados aumentou de 12% para 53% durante o período do estudo.
Mais de 30% das mulheres informaram ter mantido relações só com homens circuncidados e 17,8% delas foram infectadas com o vírus da Aids, enquanto no outro grupo de mulheres, a taxa de contágio foi de 30,4%.