Apesar de ser conhecida como a terra do axé, a Bahia, ao contrário do que muitos pensam, possui fortes ligações com o Rock n’ Roll. O estado é o berço de ícones do estilo, como Raul Seixas, Marcelo Nova e, mais recentemente, Pitty.
Além disso, a Bahia já foi destino de rockers ilustres, como Mick Jagger e Keith Richards, do Rollings Stones, que estiveram no estado ainda na década de 60, durante férias; a cantora Janis Joplin passou uma temporada na aldeia hippie de Arembepe, na cidade de Camaçari; o lendário guitarrista Jimmy Page, do Led Zeppelin, já teve uma casa em Lençóis, na Chapada Diamantina; sem contar que o beatle Paul McCartney, em sua última passagem pelo Brasil, em 2013, esteve em Itacaré, litoral sul do estado, curtindo as belezas do local.
Poucos sabem também é que na cidade de Teofilândia, a 205 quilômetros de Salvador, vive um Axl, que mora com a mãe e com o pai, Gildo dos Santos Silva, 40 anos, responsável pela escolha do nome do garoto de 12 anos.
O músico Gildo Silva é tão fã da banda norte-americana Guns n’ Roses, que batizou o filho de William Axl Oliveira Silva. O nome é uma homenagem ao vocalista do grupo, William Axl Rose.
“A mãe não queria que ele se chamasse Axl, mas depois que eu voltei do cartório não tinha jeito, ela teve que aceitar”, afirma o músico, que revela ter passado mais de 20 minutos discutindo com a escrivã sobre a decisão.
“O William era permitido, mas a grafia do nome ‘Axl’ a escrivã não queria liberar de jeito nenhum, porque era um nome estrangeiro”, conta Gildo. “Eu falei que, no Brasil, tinham várias pessoas que se chamavam Axl, escrito daquela maneira, aí ela disse que, como eu era o pai, eu sabia o que estava fazendo. Então ela aceitou”, acrescenta.
Gildo diz que se tornou fã do Guns n’ Roses no ano de 1989, depois que um amigo mostrou uma fita cassete do grupo. “Me lembro até hoje a primeira música que escutei: foi ‘Anything Goes’. Quando ouvi, fiquei maluco com aquele timbre de voz”, relembra.
Apesar da paixão pela banda norte-americana, Gildo é guitarrista em uma banda de forró da cidade de Conceição do Coité, interior baiano. “Sou músico profissional, então a gente não pode ter estas restrições”, afirma.
A mãe do garoto, Edivânia de Jesus Oliveira, revela que o acordo era o filho se chamar William Oliveira Silva, e que Gildo colocou o Axl sem ela saber. “Tomei um choque”, lembra Edivânia. “A principio, não gostei, reclamei muito. Eu o chamo de William, o Axl eu esqueço. Mas depois de 12 anos não tem jeito, já acostumei”, afirma.
Ela ainda conta que, para piorar, não gosta de rock. “Aqui só meu marido e meu filho que gostam. Eu ouço mais sertanejo e musica pop”, fala.
Já William Axl revela que gosta do nome e que herdou a paixão do pai. “Gosto muito do Guns. Até da formação atual, que só tem o Axl Rose como membro original”, conta. “Escuto eles desde um ou dois anos, porque meu pai sempre coloca para tocar”. Ele ainda diz que é fã de outras bandas pesadas, como Iron Maiden, Metallica e Angra.
O adolescente fala que, quando faz um novo amigo, eles sempre duvidam que o nome dele seja realmente William Axl. “Depois que mostro que é verdade, eles acham legal”, destaca.
E o garoto já começa a seguir os passos do “xará” famoso. “Estou começando a tocar violão”, revela. E o repertório não poderia ser outro. “Uma das músicas que toco é Knockin’ on Heaven’s Door”, fala, sobre o clássico de Bob Dylan que ganhou famosa versão do Guns n’ Roses.
O pai coruja ainda conta mais similaridades entre os dois. “O Axl Rose começou cantando no coral da igreja e o William Axl já está fazendo mesmo”, diz. Contudo, quando o assunto é temperamento, Gildo afirma que as semelhanças entre o filho e o ídolo terminam. “William é o avesso de Axl Rose, não tem ‘brabeza’ nenhuma, é todo sossegado”, conta.
Retirado de: G1
Publicado por: Axl Rose – Fã Clube