Como esperado, o Brasil, pelo menos até o meio da semana, e se a sorte nos for favorável até domingo próximo - com direito a estender as comemorações, se Deus for mesmo brasileiro e torcedor da nossa seleção - a política estará na berlinda. Para quê política se o assunto é futebol e o fechamento da Copa do Mundo (que seja com o hexa) não permite outro assunto? Ademais, pensando bem, a política anda chata nesses tempos onde a bola reina prometendo esquentar no final do mês e nos seguintes, agosto e setembro.
Comprovam as frases e as afirmações de Dilma Rousseff e de Aécio Neves, ambos postulando que a campanha seja de alto nível. É, de fato, o que se espera. A presidente Dilma, ao inaugurar o seu site oficial, disse que, “Ao contrário do que pensam alguns, acho que esta vai ser uma das campanhas mais politizadas da nossa história. Espero que essa politização se dê em torno da discussão das grandes reformas que o Brasil precisa fazer para caminhar melhor e mais rápido". Muito bem. Fica, no entanto, uma pergunta no ar: por que ela não utilizou os seus quatro anos de governo, que está a se expirar, para promover as reforma “que o Brasil precisa para caminhar melhor e mais rápido”?
Já Aécio Neves, do PSDB, por ora principal adversário de Dilma, disse exatamente a mesma coisa: “Campanha para mim não é uma guerra. Vamos fazer uma campanha decente, propositiva e de alto nível, acreditando na capacidade de as pessoas discernirem aquilo que é correto e aquilo que não é.” A partir daí ele passou a falar de Copa do Mundo, mas politizando o futebol. “Vejo uma tentativa de certa apropriação desses eventos para o campo político.” E concluiu na mesma linha: “Acho que o Brasil vai vencer a Copa do Mundo e vai vencer em cinco de outubro, iniciando um novo ciclo de desenvolvimento e de decência na vida pública brasileira”. É de alto nível? É. Se assim não fosse teríamos uma política de freiras dentro de mosteiros.
Uma fisgada, no entanto, de leve. Nada para marcar falta. É fato, porém, que a campanha vai esquentar até o clima do possível. Os tucanos, por exemplo, não deixarão de fazer críticas à gestão da presidente da República, que terá um ano ruim na economia. Além da inflação que, por ora, rodopia, além da queda do emprego, vem aí um PIB (Produto Interno Bruto) indecente, um dos mais baixos da história recente do Brasil. Imaginava-se algo em torno de 3,5%, e foi caindo, caindo, e, agora, os economistas dão sinais de que o PIB ficará em 1%, o que significa para o País um ano perdido. O tucanato irá, também, martelar nas indecências praticadas contra a Petrobrás, já que a CPI mista não terá condições de apurar nada nos dois meses (excluindo este julho) que antecedem as eleições. Isso eles já disseram, aliás.
O governo sabe disso e não é sem razão que Lula a cada dia se aproxima da sua candidata, para não deixá-la perder a reeleição e não dificultar as campanhas do PT nos estados. Aqui na Bahia, por exemplo, não se tem uma idéia atualizada do que acontece no interior do estado. A última pesquisa do Ibope ofereceu um panorama de dificuldades para Rui Costa (9%), Lídice (11%) enquanto Paulo Souto aparecia com 42%.
O governador Jaques Wagner afirma que há mudanças e crescimento da candidatura de Rui ao governo, assim como a de Otto Alencar ao Senado. Ambos estariam se aproximando de Souto e Geddel Vieira Lima, segundo Wagner. Para tirar a prova dos nove, a propaganda eleitoral no rádio e tevê poderia ter início com uma nova pesquisa. Para se saber a paisagem de antes e a de depois.Fonte:Bahia Noticias