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A BIBLIA É A PALAVRA DO DEUS VIVO JEOVÁ.

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DISSE JEOVÁ DEUS: Pois Jeová falou: "Criei e eduquei filhos, Mas eles se revoltaram contra mim. O touro conhece bem o seu dono, E o jumento, a manjedoura do seu proprietário; Mas Israel não me conhece, Meu próprio povo não se comporta com entendimento.” Ai da nação pecadora, Povo carregado de erro, Descendência de malfeitores, filhos que se corromperam! Abandonaram a Jeová".Isaías 1:1-31

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Contadora diz que Youssef era 'banco' e repassou dinheiro a Argôlo

A contadora Meire Bonfim da Silva Poza, que trabalhou para o doleiro Alberto Youssef, afirmou nesta quarta-feira (13), em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara, que Youssef atuava como um "banco" e que repassava dinheiro para diversos políticos, entre eles o deputado federal Luiz Argôlo (SD-BA).

"O Alberto [Youssef] era um banco. Eu não teria uma relação das pessoas para quem ele emprestava. Ele pagava contas, dava dinheiro, dava presentes, emprestava. Ele pagava diversas contas, fazia TEDs [transferências eletrônicas], pagamentos. Por exemplo, eu fazia pagamentos que eu não tenho conhecimento do que se tratava. Às vezes vinha um pagamento e ele falava só para eu pagar", disse.

Ao ser questionada sobre para quais deputados o doleiro repassou dinheiro, ela afirmou: "Eu preferia hoje me limitar a falar sobre o deputado Luiz Argôlo. E, sim, houve entrega de dinheiro para o deputado Luiz Argôlo."

Perguntada se poderia confirmar que houve pagamentos a outros políticos, mesmo sem citar nomes, ela disse: "Sim, houve".

Era uma relação carinhosa, ele [Luiz Argôlo] era tratado [por Alberto Youssef] como bebê Johnson"
Meire Bonfim da Silva Poza, contadora que trabalhou para o doleiro Alberto Youssef
Meire foi convidada a depor como testemunha em processo que apura denúncias sobre o envolvimento de Argôlo com Youssef, preso em março pela Polícia Federal sob a suspeita de comandar esquema que movimentou R$ 10 bilhões em lavagem de dinheiro.

O convite a Meire foi feito pelo relator do processo no Conselho de Ética, Marcos Rogério (PDT-RO), após a publicação de reportagem publicada na revista "Veja" no fim de semana em que a contadora destacou que Argôlo era um dos mais assíduos no escritório de Youssef. Segundo Meire, o doleiro repassou malas de dinheiro a diversos políticos. Depois, em depoimento à PF revelado pela "Folha de S.Paulo", Meire afirmou que Argôlo era sócio informal de Youssef na empresa Malga Engenharia.

O processo contra Argôlo no Conselho de Ética foi aberto após denúncias de que Alberto Youssef teria bancado de um a dois caminhões lotados de bezerros para o deputado, a um custo de R$ 110 mil.
Depois, novas denúncias citaram mensagens atribuídas ao doleiro e ao parlamentar em que ambos supostamente discutem pagamentos e saques de dinheiro. Desde que o caso veio à tona, o parlamentar não se manifestou diretamente sobre as suspeitas, mas, por meio do advogado, negou irregularidades.

Durante o depoimento no Conselho de Ética, Meire Poza citou um episódio em que o deputado viajou para São Paulo para receber dinheiro de Youssef. "Ele chegou a receber, sim. Inclusive, da última vez em que esteve em São Paulo foi para buscar dinheiro. Ia embora naquele mesmo dia. E não pôde ir embora porque o dinheiro não chegou. E ficou em São Paulo mais um dia para pegar no dia seguinte."
Meire afirmou não ter informações sobre o valor que o deputado recebeu.

O deputado Marcos Rogério (PDT-RO) perguntou, então, se pagamentos foram feitos para outras pessoas. Ela disse que pagamentos foram feitos para um parente do deputado, Manoelito Argôlo, e para Elia Da Hora, que seria um "contato" do parlamentar.

"O Manoelito Argôlo ficou fácil de saber quem era e a dona Elia, numa ocasião, o próprio deputado que estava á no escritório falou que tinha que mandar naquele dia para a Elia. E foi quando eu associei que a Elia era um contato dele."

Segundo a contadora, Youssef e Argôlo tinham relação "carinhosa" e o doleiro tratava o parlamentar como "bebê Johnson". "Era uma relação carinhosa, ele era tratado como bebê Johnson."

Meire Poza afirmou ainda se lembrar de um depósito para o próprio Argôlo no valor de R$ 60 mil. "Sim, R$ 60 mil por mim depositados. Foi feita uma TED de R$ 47 mil para dona Elia Da Hora, esse eu me lembro os valores e posso afirmar agora. Os outros eu não me lembro."

Depois, o advogado do parlamentar Aluísio Corrêa Régis perguntou se a contadora tinha certeza de que o deputado recebeu "mala de dinheiro" e ela respondeu: "A mala [de dinheiro] ficou por sua conta. Ele recebeu o dinheiro. Eu tenho certeza porque no dia em que ele receberia e ele não recebeu foi porque houve um atraso para receber. Quem fez a entrega do dinheiro para o Alberto [entregar para o Luiz Argôlo], fui eu. Eu não vi a entrega para ele. Suponho que tenha sido entregue a ele."

O advogado questionou se ela tinha conhecimento de que o parlamentar tinha vendido um terreno para Youssef, e ela afirmou que sim.

Amigos presos na Lava Jato

Meire Poza falou aos deputados que demorou a se pronunciar sobre o caso por ter amigos que foram presos na Operação Lava Jato, na qual Youssef foi preso, e por estar envolvida no trabalho de fechamento de contratos das empresas, como os contratos de aluguel de imóvel. Ela também disse ter tentado se desligar anteriormente dos trabalhos prestados para as empresas de Youssef.

"Por três ocasiões tentei me deslilgar da empresa. As tres empresas estão desligadas.

Na segunda vez nós tivemos um problema, eu pedi pra sair, o meu pedido para sair não foi bem recebido, em setembro de 2013, eu documentei a minha saída como prestadora de serviços. O alberto me chamou pra ficar e eu acabei ficando."

Tentativa de adiamento

Antes do início do depoimento de Meire, o advogado Aluísio Corrêa Régis chegou a falar no conselho que a audiência corria o risco de ser posteriormente anulada. Segundo ele, isso ocorreria em razão de o relator do caso, deputado Marcos Rogério, ter anunciado anteriormente que encerraria o processo de oitiva das testemunhas de acusação e pelo fato de a defesa ter sido notificada do depoimento menos de 24 horas antes do depoimento.

"Eu abro mão da minha testemunha mais importante para que a senhora Meire seja ouvida como testemunha de defesa ao final da instrução. Vossas excelências são deputados, se optarem hoje por ouvir ela como testemunha de acusação, ainda com intimação a menos de 24 horas, tenho receio de que esta audiência venha a ser anulada", disse Corrêa Régis.

O relator afirmou que estava seguindo o prazo previsto no conselho e que, portanto, ainda podia ouvir testemunhas. “Gostaria primeiro de informar que este relator não encerrou a instrução. Apenas abri mão das testemunhas que anteriormente havia arrolado nesse Conselho de Ética. Todavia, não abri mão de minhas prerrogativas”, disse Rogério.Fonte:G1