A diretoria do Flamengo não gostou de ver o nome do clube presente mais uma vez em páginas policiais. Após problemas com Bruno, Adriano e Vagner Love nos últimos anos, a gestão atual celebrava o fato de ter afastado as polêmicas investigações policiais do noticiário. A informação que Luiz Antônio vem sendo investigado pela Polícia Civil por suposto envolvimento com milícias do Rio de Janeiro, no entanto, quebrou a tranquilidade e caiu como uma bomba na Gávea.
A vitória sobre o Sport por 1 a 0 no domingo, pelo Campeonato Brasileiro, no Maracanã, fez a cúpula rubro-negra acreditar em dias tranquilos nos bastidores após períodos de cobranças por conta da campanha ruim na competição. Mas o problema veio de onde ninguém imaginava, de um problema que parecia solucionado nos últimos anos.
Incomodados, membros da diretoria procuravam detalhes da informação divulgada no "Fantástico", da Rede Globo, na noite de domingo e confirmada pela Secretaria de Segurança no início da tarde de segunda.
Ainda assim, o Flamengo mantém a cautela em seu discurso. Além de informar que não irá se pronunciar antes do desfecho das investigações, o clube descarta qualquer punição ao jogador por enquanto.
Por não ter confirmações do suposto envolvimento de Luiz Antônio com os criminosos que comandavam as milícias, o departamento jurídico definiu que o clube deve esperar. Nem mesmo uma suspensão do pagamento de direitos de imagem, comum nestes casos, deverá ocorrer, visto que o atleta não recebia esse tipo de dinheiro em contrato – apenas os R$ 80 mil registrados na carteira de trabalho.
Quem também prefere aguardar os andamentos das investigações é a Adidas, que tem um contrato de fornecimento de material esportivo com o jogador. A empresa utiliza do mesmo expediente do Rubro-negro e prefere se resguardar, visto que o processo ainda está em fase de investigação de "suposta ligação".
De acordo com investigações da Draco (Divisão de repressão e combate ao crime organizado), o jogador presenteou um chefe miliciano com um carro de luxo no início de 2014 e, dias depois, seu pai teria registrado ocorrência em uma delegacia de polícia por furto do mesmo automóvel.
Segundo os policiais, tal atitude configura um golpe, conhecido como "tombo do seguro", onde o segurado diz que teve o carro roubado para recuperar o valor em dinheiro do mesmo através da seguradora.
Na tarde de segunda-feira, Luiz Antônio e seu pai, Luiz Cláudio Soares, foram intimados pela Draco a prestar depoimentos para esclarecer o caso e colaborar com a investigação. Os dois são aguardados até o fim desta semana na delegacia.
*Colaborou Guilherme Costa, em São Paulo