sábado, 20 de setembro de 2014
Dilma ainda não sabe para que serve a imprensa
A Procuradoria-Geral da República se negou a fornecer ao governo as informações da delação premiada de Paulo Roberto Costa. E fez bem. Dilma deve ter se esquecido de que o Ministério Público é um órgão independente. Não está subordinado a nenhum dos Poderes da República. A presidente agora diz que vai apelar ao STF. E fez uma afirmação, digamos, muito típica, com toda a falta de jeito que a caracteriza.
“Pedirei ao ministro Teori a mesma coisa: quero ser informada se no governo tem alguém envolvido. Não tenho por que dizer que tem alguém envolvido, porque não reconheço na revista “VEJA” e nem em nenhum órgão de imprensa o status que tem a PF, o MP e o Supremo. Não é função da imprensa fazer investigação, e sim divulgar informações. Agora, ninguém diz que a informação é correta. Não prejulgo, mas também não faço outra coisa: não comprometo prova. Porque o câncer que tem nos processos de corrupção é que a gente investiga, investiga, investiga e ainda continua impune.”
A exemplo de Didi Mocó Sonrisal Colesterol Novalgina Mufumbbo, pergunto: “Cuma, presidente?”. De fato, VEJA, felizmente, não é um órgão oficial, a exemplo da PF, do MP e do Supremo. Felizmente, não! E a revista não espera — e o mesmo vale para o resto da imprensa — que as suas apurações substituam inquéritos.
Agora, quanto ao papel da imprensa, é evidente que Dilma está errada. A ela cabe mais do que informar. Ela também investiga, sim! Não com o objetivo de passar informações ao estado, mas com o propósito de informar a sociedade.
Dilma deve sonhar com a imprensa cubana. Só informa. E só informa o que pode.
Por Reinaldo Azevedo