Emilio Botín, presidente mundial do Grupo Santander, morreu na noite desta terça-feira, aos 79 anos, em Madri. O banqueiro espanhol foi vítima de um ataque cardíaco. Em nota enviada à Comissão Nacional da Bolsa de Valores (CNMV), órgão ligado ao Ministério da Economia espanhol, o Santander lamentou a morte de seu presidente. Em comunicado, o banco espanhol indicou que a comissão de nomeações e o conselho de administração vão se reunir nesta quarta-feira para designar um novo presidente.
Responsável pela estratégia agressiva de aquisições que alçou o Santander ao posto de maior banco da Espanha – e um dos dez maiores do mundo –, Botín também impulsionou a expansão internacional do grupo. Depois de sua nomeação como presidente, em 1986, o Santander passou a aumentar a presença em mercados na Ásia, na Europa e, principalmente, na América Latina. No Brasil, o banco (e Botín) chegaram de vez em 2000, na privatização do Banespa, adquirido pelo grupo espanhol por 7 bilhões de reais. Atualmente, o Santander ocupa o quarto lugar entre os maiores bancos do país.
Trajetória – Botín nasceu em 1934 na cidade de Santander e era parte de uma dinastia familiar de banqueiros que comandava a instituição espanhola desde sua fundação em 1857. Formado em Direito e Economia pela Universidade de Deusto, ingressou aos 24 anos no banco, onde ocupou os postos de representante dos serviços centrais e de subdiretor-general. Conselheiro do Santander desde 1960, quatro anos depois foi nomeado diretor-geral e em 1971 foi eleito segundo vice-presidente do conselho de administração da entidade financeira.
Em 1986 foi nomeado presidente do Santander e se tornou em um dos poucos gerentes financeiros que, além de assumir a presidência da entidade, era seu principal executivo e máximo acionista. Sua gestão se caracterizou pela estratégia de conquista do mercado internacional e por um processo de fusões e aquisições nacionais para conseguir a liderança entre os bancos espanhóis.
Botín era casado com Paloma O'Shea Artiñano e tinha seis filhos. Uma delas, Ana Patricia, dirige a filial britânica do Grupo Santander e sempre foi apontada como uma possível sucessora do pai.
(Com agência EFE)