Após um ano no ar, o psicanalista Francisco Daudt foi despedido do "Encontro com Fátima Bernardes" por conta de sua sinceridade. "O fato de eu não ser endossador do senso comum gerava uma série de reclamações dos telespectadores. Sou um touro indomável, falo o que penso. Não sabia que era um defeito ser sincero, achei que era uma virtude", contou Daut em entrevista ao UOL.
O estopim teria ocorrido na última segunda-feira (15), quando Francisco disse que não gostava de animais e que achava normal deixar um cachorro de estimação, por exemplo, dormir fora de casa, fora do espaço comum dos humanos. "É verdade que eu não gosto muito de bicho. Quando minha filha perguntava qual bicho eu gostava, respondia: 'leitão a pururuca'. Aí, ela falava: 'bicho vivo, pai'. Eu respondia: 'ostra'. Tenho uma relação com o cachorro da minha filha (que durante sete meses fica em sua casa), na qual eu sou o dono e não ele", expôs Daudt ao comentar o fato de uma mulher ter 50 gatos e 17 cachorros em casa e gastar mais do que ganha com os animais.
"A gota d'água foi eu insultar a 'religião' de algumas pessoas, só porque disse que não gostava de bichos. Foi como falar mal de Maomé para os islâmicos", comparou Francisco.
Com participações todas as segundas-feiras, Daudt tinha a função de comentar os assuntos discutidos por Fátima Bernardes, Lair Rennó e Marcos Veras, com a participação de famosos e anônimos. Ele analisava e expunha seu parecer clínico ou pessoal.
Entretanto, a dispensa da atração não deixou o psicanalista triste, ele entendeu que sua posição não cabia para o espaço lhe dado na TV Globo. "Vou embora satisfeito, agradecido pelo amor de toda equipe. Afinal, me aturaram durante um ano. O Arruda [Maurício, um dos diretores da atração] me ligou e disse que o programa não era para ser polêmico e as minhas [colocações] eram", disse. "O Bial [Pedro] chegou em mim e disse: 'Suas ideias são ultrajantes para o Na Moral, pense para Fátima", contou o médico aos risos.