quarta-feira, 8 de outubro de 2014
Em depoimento, ex-contadora de doleiro cita relações com Negromonte e negociação com Renan
Em depoimento à CPI da Petrobras concedido nesta quarta-feira (8), a ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Poza, falou sobre a relação entre ele e o conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) da Bahia, Mário Negromonte (PP). “Um dos restaurantes, no Itaim Bibi, funcionava de noite e o Alberto sempre pedia que as pessoas fossem lá prestigiar. Um dos que ia muito era o Mário Negromonte. Estive várias vezes com ele lá”, contou, em referência a uma amante do doleiro, Taiana de Sousa Camargo, que foi contratada como assessora parlamentar da deputada Aline Corrêa, a pedido de Youssef e ganhou dele outros dois restaurantes. A menção ao ex-deputado federal – ele renunciou ao cargo para assumir o TCM – foi feita em resposta aos congressistas, que perguntaram com quais deputados Youssef tinha ligações além de Luiz Argôlo (SD-BA) e André Vargas (sem partido – PR). Ela afirmou também que o irmão do conselheiro, Adarico Negromonte, era uma das pessoas que transportavam malas de dinheiro para lavagem do grupo do doleiro. O ex-ministro das Cidades também foi responsável por indicar a compra da empresa Controle e Monitoramento de Veículos. Segundo Meire, a compra foi feita. “Depois vim a saber que essa empresa tinha sido indicada pelo então ministro das Cidades Mário Negromonte. Havia a aprovação do Denatran para que os carros saíssem já com o dispositivo de monitoramento. Só havia 5 empresas homologadas no país, e essa empresa de Goiânia era homologada”, relatou a contadora. Meire contou ainda que recebia R$ 15 mil para prestar serviços a Youssef e que emitiu R$ 7 milhões em notas frias. Ocorreu uma discussão com o deputado Eduardo Cunha (PMDB), quando ele a questionou por não saber a quantidade de notas legais que emitiu para o doleiro. Ele acrescentou que pedirá a quebra de sigilo bancário e fiscal da ex-funcionária. Meire mencionou também o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) e afirmou que o congressista teria um encontro com Youssef para tratar de uma operação de R$ 2,5 milhões do Postalis, fundo de pensão dos Correios, para financiar um negócio do doleiro. “Youssef teria conversado na noite desta quarta-feira com o senador Renan Calheiros para acertar essa ponta que era do PMDB. Ele [Youssef] falou que até o fim do mês a operação com a Postalis vai sair”. Com informações do jornal Folha de S. Paulo e Agência Brasil.