O deputado Marcos Rogério (PDT- RO), relator do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, se poscionou na tarde desta terça-feira (14) pela perda do mandato de Luiz Argôlo (SDD-BA), que, em meio aos escândalos, não conseguiu se reeleger. O parlamentar do Solidariedade é acusado de ter recebido dinheiro do doleiro Carlos Alberto Youssef.
A situação do deputado federal baiano Luiz Argôlo (SDD) já não era lá das mais confortáveis. O relator do processo contra o parlamentar já havia dito que a situação do deputado baiano era "insustentável".
Rogério também teria dito que qualquer tentativa de salvar Argôlo no processo poderia afundar a credibilidade do conselho. O relator também afirmou que, por já ter vencido o prazo, a informação de que o deputado teria recebido um helicóptero de presente do doleiro Alberto Yousseff, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, não foi adicionada ao relatório processo investigativo.
No parecer, Marcos Rogério alegou que "em virtude das fortes provas, constantes no processo, e as claras contradições presentes no depoimento de Luiz Argolo, a conclusão é inevitável. É evidente procedência das representações contra ele no Conselho de Ética. Suas relações com Alberto Youssef, longe de serem apenas referentes à venda de um imóvel, envolveram tráfico de influência, a prática de negócios e pagamentos ilícitos, bem como, possivelmente, por corrupção e lavagem de dinheiro. Tais atividades levaram o representado ao cometimento de atos claramente contrários à ética e ao decoro parlamentar — diz Marco Rogério na conclusão de seu voto".
Processo
O processo contra Argôlo foi aberto após denúncias de que Alberto Youssef teria bancado de um a dois caminhões lotados de bezerros para o deputado, a um custo de R$ 110 mil. Outras denúncias citaram mensagens atribuídas ao doleiro e ao parlamentar nas quais discutiam pagamentos e saques em dinheiro.
Argôlo, em depoimento, justificou as trocas constantes de mensagens com Youssef e atribuiu à " cobrança de pagamento de um terreno" pertencente ao irmão do deputado federal, localizado no município de Camaçari.
O deputado disse que conheceu Youssef como um empresário com vários empreendimentos na Bahia, entre eles hotéis, e que estaria disposto a continuar investindo no estado. Segundo o deputado, ele então ofereceu a ele o terreno de seu irmão e o doleiro quis comprar, com preço negociado em R$ 375 mil. Mas que, depois de pagar um sinal, Youssef disse a ele que estava com problemas para pagar o restante do valor.