Um estudo do governo americano revelou nesta quarta-feira que 70% dos 1,2 milhão de soropositivos nos Estados Unidos não controlam o vírus da aids por meio do uso de medicamentos antirretrovirais, aumentando o risco de transmissão.
"Há um potencial inexplorado para conter a epidemia por meio de exames e tratamento, mas estamos perdendo oportunidades demais", disse Jonathan Mermin, diretor do setor encarregado de prevenção de HIV/aids, hepatite viral, DST e tuberculose do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. "O tratamento é uma das nossas estratégias mais importantes para conter novas infecções por HIV", ele ressalta.
Os antirretrovirais são importantes porque reduzem significativamente a carga viral, ao ponto de tornar a infecção indetectável, afirma o CDC. O tratamento regular e eficaz pode diminuir o risco de transmissão do HIV em 96%.
Segundo o levantamento, dos infectados que não controlam o vírus, 66% foram diagnosticados com o HIV mas não tinham cuidados regulares, enquanto 20% não sabiam que estavam infectados. Outros 10% recebiam tratamento, mas não monitoravam a infecção. Por fim, 4% recebiam cuidados, mas sem remédios antirretrovirais.
Os novos dados, no entanto, demonstram que os cuidados aumentam com a idade: dos infectados entre 18 e 24 anos, apenas 13% mantinham o vírus sob controle. Já entre os de 65 anos ou mais, 37% tinham baixa carga viral. Para o CDC, a principal razão para uma carga viral maior entre as pessoas mais jovens é que quase a metade dos infectados nessa faixa etária não tinha sido diagnosticada com o HIV. De acordo com o centro de controle, há cerca de 50.000 novas infecções de HIV por ano nos Estados Unidos.
(Com agência France-Presse)