domingo, 16 de novembro de 2014
Maioria de senadores eleitos têm parentes na política, diz ONG
Na próxima legislatura, 60% da bancada dos senadores possui ou possuía algum parente na política. O número está no estudo da ONG Transparência Brasil e reforça a ideia da manutenção dos clãs no Congresso. Na pesquisa, a organização constatou ainda que, entre os 20 integrantes vinculados a concessões de rádio e TV (quase um quarto da Casa), 19 tem algum parentesco político. A organização havia divulgado em junho outro levantamento no qual também analisava essa questão, mas com foco nos pleitos de 2010 para todos congressistas, e no de 2006 para o Senado. À época, foi constatado que 89% da bancada dos senadores vinculados a concessões tem parentes na política. Com a nova legislatura, esse número pode alcançar 95% se o senador Ivo Cassol (PP) mantiver seu mandato. Ele responde a processo no Supremo Tribunal Federal. No caso de ser substituído, o porcentual ficaria em 90%. Os vínculos com concessões de mídia são distintos, indo desde primos, tios, cônjuges e filhos com concessões em seus nomes, até os próprios políticos detendo veículos. É o caso, por exemplo, de Fernando Collor (PTB) e Acir Gurgacz (PDT), ambos reeleitos, respectivamente, para Alagoas e Rondônia. Os nomes dos senadores constam, em lista divulgada no site do Ministério das Comunicações, como sócios de veículos nos Estados pelos quais se elegeram. A relação do ministério foi atualizada em outubro último. O deputado federal Wellington Fagundes (PR), eleito senador por Mato Grosso, é o único dos 20 senadores vinculados a concessões de mídia que não possui parentesco na política, tendo inclusive usado esse discurso na sua campanha. Deputado federal por seis mandatos consecutivos, integra a bancada por ter uma parente sócia de uma rádio em Rondonópolis, segundo a lista do ministério.Fonte: Estadão Conteúdo