Dos 1.057 parlamentares eleitos para as 26 Assembleias Legislativas e para a Câmara Distrital, 459 não são deputados reeleitos - taxa de 43% de renovação. Esse índice, porém, mascara outro dado, obtido por um levantamento feito pelo Estado: apenas 153 (15%) desses novatos nunca exerceram nenhum mandato eletivo e realmente estrearam nas urnas em 2014, um ano após os protestos que, entre outras bandeiras, pregaram a renovação política. Esse índice de estreantes nos Legislativos estaduais é 26% inferior ao registrado em 2010, quando o mote de "mudança" não estava tão espraiado pelas candidaturas País afora. Naquele ano, 207 parlamentares nunca haviam sido vereadores, prefeitos ou mesmo deputados em mandatos anteriores. As Assembleias e a Câmara Distrital costumam ser o passo imediato para quem quer chegar ao Congresso. Dos próximos 513 deputados federais, pelo menos 26 exerceram mandato em seus Estados na última legislatura e, em 2015, vão mudar para gabinetes em Brasília. São raros os estreantes nas urnas que começam a carreira política diretamente no Congresso - geralmente, são pessoas que contam com alguma notoriedade anterior à política, como artistas e ex-esportistas. O fato de um parlamentar ter sido eleito pela primeira vez não significa necessariamente que ele nunca esteve próximo do poder. Ao contrário, muitos deputados estaduais conseguiram a primeira vitória nas urnas embalados pelo sobrenome conhecido do eleitor ou por apadrinhamento. Outra receita adotada por novatos que conquistaram um mandato pela primeira vez é o respaldo de igrejas ou de corporações. O PSDB foi o partido que mais elegeu caras novas pelo Brasil: são 14 no total. PMDB e PSB vêm na sequência da lista, com 12 nomes cada.
Depois do futebol e da direção da Sudesb, Bobô (PCdoB) é novato no legislativo baiano
Foto: Joilson César / Ag. Haack / Bahia Notícias