A grande expectativa nos setores econômicos, entre empresários e economista, sobretudo, é que a política econômica do país experimente uma reviravolta de 360 graus com a nova equipe econômica a partir ministro da Fazenda escolhido, Joaquim Levy, e do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. A política a ser posta em prática é o inverso do inverso do fracassado período de Guido Mantega, que colocou o Brasil à beira do despenhadeiro. Chama atenção, até porque é uma das saídas que restam, que a nova economia deverá ser exatamente o avesso daquilo que Dilma pregava na sua campanha presidencial, ao tecer críticas aos seu adversário, Aécio Neves.
Convém apertar os cintos. O que virá por aí serão conceitos marcados pela “heterodoxia” que poderão elevar impostos, juros e outras mudanças marcantes de modo a tentar tirar o Brasil do buraco em que foi posto, e reanimá-lo para que retome um novo caminho. A presidente Dilma, para encaixar a nova equipe no seu governo, enfrentou petistas descontentes – os que ainda imaginam um país cubano, soviético, venezuelano, enfim qualquer coisa desse gênero ultrapassado no tempo.
De tal modo ela quis demonstrar a força que dará ao novo grupo que conduzirá a economia que acomodará Joaquim Levy no terceiro andar do Palácio do Planalto, onde ela despacha. Terá livre trânsito ao seu gabinete sempre que necessário. O Brasil vai gemer. Gemeu mais com a frouxa política de Mantega, o ministro da “desintegração”, tipo “pau mandado”, que sairá de cena sem deixar saudades.
O interessante é que Levy iniciou a sua vida pública depois de trabalhar no BID, quando Fernando Henrique Cardoso era presidente, que o trouxe para integrar o governo tucano. Ainda agora se dá conta de que Aécio Neves imaginava pô-lo, se eleito fosse, como presidente da Petrobras, para tentar dizimar a corrupção que grassou na petroleira. Os dois são amigos. Foi um dos motivos que levou os petistas ortodoxos a discordarem da sua escolha, mas acabaram cedendo. Não havia forma. Como candidata, a presidente Dilma enfatizava que a economia estava no caminho certo. Imputava o desastre que estava à vistas como consequência da “crise internacional”, cuja fase aguda já passara e a ela ninguém tinha informado. Eleita, acabou por procura um nome que tivesse uma concepção inversamente proporcional a de Guido Mantega. Tentou primeiro Luis Carlos Trabuco, diretor do Bradesco, que recusou o posto. Foi ele, no entanto, quem indicou Joaquim Levy, por ter um método de trabalho semelhante ao seu. Em 24 horas Dilma mandou chamá-lo.
Durante o período da morosa escolha do ministro da Fazenda, consequência da caça a um nome compatível (antes de Trabuco) que se encaixasse na nova política econômica que Rousseff pretende estabelecer para, na sua saída (que poderá ser um afastamento definitivo da política) deixar o País pelo menos razoavelmente arrumado, ela teria consultado Lula. Surge agora uma nova versão. O próprio Lula afirma que não indicou ninguém para o ministério da Fazenda, o que pode ser uma falácia. No início deste primeiro governo, ele indicou uma enxurrada de ministros, boa parte deles excluído depois, em consequência de “malfeitos”, forma suave usada por Dilma para se referir à corrupção. Quanta bondade.
Bem provavelmente, Lula evitou expor-se diante dos “companheiros”, como eles se referiam um ao outro quando o partido chegou ao poder e tinha, ainda, uma sustentação esquerdista e, também, de uma corrente da intelectualidade. Que, depois, saltou do barco. Isso foi antes de o PT se transformar num partido que fez do poder uma festa. Cometeu desatinos impensáveis, inclusive no setor da corrupção, como ficou evidente com os mensaleiros, com Palocci, com a incúria observada em diversos outros incontáveis episódios e, agora, com o maior escândalo de corrupção da história republicana na deslavada gatunagem que se abrigou – e roubou – a maior estatal brasileira, a Petrobras.Fonte:Bahia Noticias