A diversidade de fatos acima elencados, os mais importantes são, seguramente, a declaração de Dilma sobre a inflação e o início da briga do PT com o PMDB, envolvendo a presidência da Câmara. Em reunião da Executiva petista, ficou acertado que o partido enfrentará a candidatura do deputado Eduardo Cunha, do PMDB, à presidência da Câmara dos Deputados. Este deputado não se entende com a presidente, e vice-versa. E, ainda, há rumores que seu nome estaria na lista da delação premiada, consequentemente envolvido no escândalo da Petrobras. Fica, assim, anunciada uma guerra no Congresso que possivelmente determinará um litígio entre os dois partidos.
O PMDB, alinhado ao PT e outras legendas menores, forma a base de sustentação do atual mandato de Dilma, erradamente considerado “governo de coalizão”. Uma guerra entre as duas legendas poderá levar dificuldades ao segundo mandato da presidente. O País está claramente a descer a ladeira. O PIB poderá chegar a zero no fechamento do ano; o setor industrial experimenta sérias dificuldades e começa a demitir; as importações batem nas exportações e desequilibra a balança comercial; o estado de miserabilidade que atinge cerca de 10,5 milhões de cidadãos sobe pela primeira vez em dez anos, deixando um maior número de brasileiros na pobreza absoluta, principalmente na região Nordeste.
Uma guerra entre o PT e o PMDB já dividido poderá dificultar as medidas que a presidente tomará em 2015, que, como é do conhecimento, será um ano marcado por dificuldades que poderão piorar e empanar o segundo mandato, projetando sombras sobre o PT, que não se saiu bem nas eleições passadas. Os peemedebistas, na reunião da sua Executiva na quarta feira da semana que passou, praticamente se colocaram contrários à proposta de Dilma, acerca de um plebiscito para determinar a reforma política anunciada. De acordo com o presidente do partido na Bahia, Geddel Vieira Lima, “este é um caso liquidado”. Os integrantes do partido encaminharão sugestões à Câmara, como o fim da reeleição em todos os quadrantes, voto distrital misto, fim do financiamento privados às campanhas eleitorais, enfim uma série de questão que eles discutirão lá para fevereiro, na abertura do Legislativo.
Como o PT quer acomodar um dos deputados que o integram sua legenda na presidência da Câmara, de sorte a impedir que o PMDB continue à frente do cargo, e como há um divisionismo no PMDB, seus parlamentares poderão formar duas frentes internas que agirão acompanhando o governo ou com independência, votando na Câmara de acordou com os seus propósitos e não acompanhado as ordens oriundas do Palácio do Planalto.
Já os tucanos do o PSDB, sobe a liderança de Aécio Neves, pretendem comandar o bloco oposicionista, atraindo outros partidos com a mesma postura oposicionista. Se a briga entre as duas legendas aliadas (PT e PMDB) ocorrer, a tendência é a oposição se fortalecer. O PT, somado a pequenas legendas, não será suficiente para garantir e sustentar no Congresso o governo Dilma. Nas duas casas, a Câmara dos Deputados e o Senado. Está é a cena do momento.
Enquanto por estas bandas o governo do estado está silente, na Assembleia Legislativa há, nada menos, cinco candidatos à presidência: Marcelo Nilo, Sargento Isidório, Alan Sanches e dois petistas, Zé Neto e Rosemberg Pinto. Como se observa, a inflação está em todos os campos.
* Coluna publicada originalmente na edição deste domingo (9) do jornal A Tarde