O Senado aprovou nesta quarta-feira, por unanimidade, o projeto de lei que altera o indexador das dívidas de Estados e municípios com a União. A medida é um pleito antigo de governadores e prefeitos. O texto, de autoria do Executivo, havia sido aprovado pela Câmara ainda no ano passado e segue agora para sanção. Serão 180 municípios e sete Estados diretamente beneficiados pela medida.
Em vez do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) somado aos juros de até 9% ao ano, o cálculo da dívida passa a ser feito pelo Índice Geral de Preços ao Consumidor (IPCA), com juros de até 4% ao ano, limitados pela taxa Selic.
A mudança deve permitir uma retomada gradual na capacidade de investimento de prefeituras e governos estaduais. No final de 2013, a dívida total era de 481,1 bilhões. A previsão é de que Estados e municípios zerem seus débitos até 2030.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, acompanhou a votação e disse que o resultado é essencial para que a prefeitura liquide a dívida. Em São Paulo, o comprometimento é de 3,5 bilhões de reais anuais - ou o dobro da arrecadação. "Fez-se justiça, porque os contratos estavam desequilibrados em desfavor de Estados e municípios. A federação respira aliviada", disse ele. Os governadores do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, e do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, também acompanharam a votação.