Segundo levantamento feito pela Sindipel (Sindicato das Livrarias e Papelarias do Distrito Federal), esse reajuste deve atingir todo país. “Isto porque cerca de 80% dos fornecedores diretos do país estão em São Paulo, com uma certa variação por conta do ICMS. Cerca de 40% dos nossos produtos de papelarias e de materiais escolares são importados”, explica o presidente do Sindipel, José Aparecido Freire.“O grande vilão desse aumento é, portanto, a oscilação cambial”, acrescenta.
Quem fizer o dever de casa mais cedo pode garantir um preço mais barato antes do reajuste. “A recomendação é que os pais comprem os materiais ainda em dezembro ou até, no máximo, o início de janeiro. Quando os estoques do período acabarem, as papelarias e livrarias já devem transferir este aumento para o consumidor diante desta tendência do mercado e do cenário econômico”, assegura Freire.
Segundo a gerente de marketing da Papel e Cia, Manuela Falcão, a rede já antecipou 90% dos pedidos para atender o período da volta às aulas, que estão previstas para começar, na maioria das escolas, no dia 2 de fevereiro. “Esperamos um crescimento de 15% em relação ao ano passado".
Produtos licenciados podem sofrer um aumento de 10%. Entre as apostas para as meninas está a Peppa Pig – da mochila ao caderno. Os meninos irão encontrar a linha completa do Meu Malvado Favorito. “A cobertura da lista está bem grande”, confirma.
Dezembro não é o mês preferido do médico Albino Muhana. “Ele coincide com o pagamento de muita coisa: é IPTU, IPVA... Mesmo com o 13º salário, é um período péssimo, principalmente para quem tem filho”. A lista de material para o ano que vem já preocupa.
"O pior é que material escolar a gente tem que comprar o que a escola pede. É muito específico e não dá pra cortar do orçamento". Em 2014 o médico gastou R$ 2 mil com esta despesa. “Com as pesquisas que tenho feito, acredito que devo gastar cerca 10% a mais que isso”.
Na ponta do lápis A economia nos pequenos detalhes pode fazer a diferença, como afirma o superintendente do Conselho Regional de Economia (Corecon-BA), Bruno Pires. O economista tem um filho em idade escolar, com 4 anos, e sentiu que os itens estão realmente mais caros, mesmo pesquisando em diversas lojas, ainda antes de terminar o ano. “Em comparação com o ano passado achei bem mais caro, algo em torno de 30% a 40%. Por isso, a gente precisa pesquisar muito e negociar preço”.
O tamanho da lista de materiais exigida pelas escolas, também surpreendeu. “Tinha onze tipos de papéis diferentes”. Entre os itens mais caros, a mochila do Homem-Aranha – sonho de consumo dos meninos – e a lancheira da mesma linha. “Paguei R$ 189 pela mochila e R$ 80 na lancheira”.
Mesmo diante de tantos itens e da promessa de comodidade com a opção de pagamento de taxa de material, ofertada pelas escolas, Bruno acredita que ainda é melhor que o pai vá até as lojas e compre os materiais. “Consegui economizar 35% comprando fora, quando a escola me ofereceu a opção de pagar R$ 380 pela taxa de material escolar”, lembra ele.
O economista dá dicas importantes para driblar o impacto do reajuste nas despesas. “Primeiro é pesquisar. E muito. A diferença de uma loja para outra pode chegar a 40% no preço do mesmo item”. Montar uma planilha em que os preços possam ser visualizados também ajuda na hora da compra. “Você chega em casa e estuda com mais calma e volta a loja depois já certo de quanto vai pagar por aquilo que precisa comprar”.
Por último, barganhar o melhor preço, principalmente porque muitos dos itens que estão sendo vendidos fazem parte do estoque. “Negocie o preço, principalmente para compras grandes. Use a segunda parcela do décimo terceiro para pagar a vista e garantir um bom desconto”.Fonte:Correio da Bahia