quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
Deputado fala em greve geral caso mudanças em direitos trabalhistas não sejam repensadas
A manifestação nacional dos trabalhadores que está agendada para esta quarta-feira (28) pode ser o prelúdio de uma greve geral no país, de acordo com o deputado federal eleito e líder sindical Bebeto Galvão (PSB). O político afirmou que cerca de três mil pessoas são aguardadas em Salvador. “As centrais sindicais estão se mobilizando e ainda vai haver uma grande manifestação, que vai ser a Marcha a Brasília, quando pretendemos ter 100 trabalhadores. Neste momento entendemos que o governo democraticamente eleito e que ajudamos a eleger caiu sobre os trabalhadores. Caso essas medidas não sejam refletidas podemos ter uma greve geral. Claro que caso a negociação não dê resultado”, disse Bebeto. O parlamentar reforçou que durante o processo de redemocratização brasileira, as greves gerais dos trabalhadores foram fundamentais para a obtenção de direitos da classe na década de 80. O deputado chamou o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de “Levy mão de tesoura” por ele ter modificado a legislação trabalhista com menos de um mês no cargo. “O governo disse que não atacaria os direitos trabalhistas, mas não foi isso que aconteceu”, atacou Bebeto antes de enumerá-los: aumento do prazo do seguro-desemprego e do auxílio-doença e o veto na correção da tabela do imposto de renda (veja aqui, aqui, aqui e aqui). “Eu, como parlamentar, entendo que as MPs adotadas por Dilma produzirão um desvelo social ao trabalho. Não aceitamos que as medidas recaiam sobre os trabalhadores”, defendeu o deputado. Argumento semelhante foi utilizado o pelo presidente da CTB Bahia, Aurino Pedreira.“As mudanças são absurdas, pois exclui o acesso de milhões de trabalhadores a estes benefícios, exatamente no momento em que eles mais precisam. Não podemos permitir este retrocesso, com a retirada de direitos duramente conquistados pela classe trabalhadora. Vamos tomar as ruas para exigir a revogação imediata destas medidas”, defendeu. Nesta terça (27), a presidente Dilma Rousseff minimizou as declarações do ministro Joaquim Levy e afirmou que os direitos trabalhistas não serão alterados.