Não é bem em uma crise que o PT está imerso, mas chega perto. Quem cuida da fogueira é a ex-ministra e senador Marta Suplicy, que demonstra ter perdido o norte e, no momento, é a maior crítica interna da legenda, ao alardear o “PT ou muda ou acaba”. Surpreende a agressividade da petista que, de igual modo, tenta lançar Dilma contra Lula e vice-versa, embora, neste caso, trabalhe com verdades. A relação entre os dois não é nada boa. O problema de Marta está em Dilma a quem ela entregou o Ministério da Cultura, do qual saiu atirando no novo ministro Juca Ferreira, de quem parece ser inimiga. Aliás, a senadora é uma política complicada. Embora sexóloga, talvez necessite de um tratamento, não necessariamente nesta especialidade.
Com relação a Juca Ferreira, que já exerceu o posto de ministro da Cultura, ela o denunciou à CGU, com documentos que envolveriam complicações que ele teria (segundo ela) se envolvido quando esteve no cargo. A senadora nunca foi uma pessoa de fácil trato. Pelo contrário, trata-se de uma política complicada que parece se colocar acima do bem e do mal, daí passa a atirar.
É fato que a relação entre a presidente e o seu criador já não é boa. Ela elegeu Aloísio Mercadante como principal ministro, que passou a ser também o seu principal interlocutor e conselheiro no Palácio do Planalto. Lula e Mercadante nunca se bicaram. Tanto assim é que ele passou um bom período no ostracismo, nos dois períodos do ex-presidente. Conseguiu, porém, dar um salto inesperado. Emergiu para ser o homem forte da presidente e bem provavelmente em preparação para ser candidato à presidência em 2018, mesmo que Lula esteja na parada. É possível que, se ele chegar forte na época da sucessão presidencial e se Lula estiver em condições de ser candidato, haverá um confronto interno, complicando o PT. Diferentemente de Lula, Mercadante não tem a mesma simpatia. Muito pelo contrário.
Marta Suplicy passou a ser uma espécie de espalha brasa no petismo e parece que a sua pretensão é gerar uma diáspora ou, então, sair sozinha da legenda, o que para ela seria um desastre. Não é a estrela que ela imagina ser no seu partido e não terá o mesmo destaque em outra legenda. Com exceção do PSDB e do DEM, que não lhe dariam legenda. Em qualquer circunstância (se ela tentasse) não seria aceita.
As dificuldades do PT não estão somente em Marta Suplicy. Espraia-se em outras dimensões, ou correntes, como é o caso do próprio Lula e do presidente da legenda Rui Falcão. Eles não revelam o que está a acontecer, mas, dentro do partido, fica evidente. Dilma adotou uma nova política neste segundo mandato para tentar corrigir seu péssimo governo no primeiro período, principalmente a política econômica que, com Guido Mantega, foi um fiasco. Não está colocando em prática o que pregou durante a sua campanha. Mudou rápido e radicalmente. Na área econômica a mudança foi total. Passou a adotar a política que Aécio Neves pregava quando candidato.
De outro modo, encontra dificuldades no seu relacionamento com o Congresso Nacional, onde recebe o enfrentamento até de um Renan Calheiros, que ameaça transformar o PMDB em legenda “independente” do governo. Balela. A imagem do presidente do Senado é um estorvo para o próprio Congresso Nacional. A sua representação para a Casa é pífia. Trata-se de uma figura complicada em todos os quadrantes.
O mandato de Calheiros dependerá do que chegar ao conhecimento público no próximo mês, quando emergirem os fatos relativos à corrupção na Petrobras. Portanto, nada favorece brigar agora com ele, porque poderá representar um personagem que levará o Senado a amplo desgaste, com seríssimas consequências para o seu mandato, inclusive a cassação.Fonte:Bahia Noticias