A crise que o governo baiano experimenta desde o ano passado, principalmente no último semestre do governo Wagner, voltou a se adensar neste início do período Rui Costa. Os sinais são evidentes. Extrapolam a Secretaria da Fazenda, daí os cortes que o novo governo está procedendo. Mesmo assim, a máquina administrativa estadual continua dando sinais de inchaço. Costa já cortou cerca de 1.800 cargos comissionados, o que é muito pouco em relação à realidade da crise, que se alastra a partir do governo da união.
No governo anterior praticou-se uma política de aparelhamento da estrutura da administração, com ampla concessão de cargos aos partidos da base de apoio, principalmente com o favorecimento da militância petista que povoou as secretarias, o que, aliás, em alguns casos ocorreu de cima para baixo. A consequência foi o aludido inchaço citado no parágrafo anterior. O novo governo está tentando todas as formas para reduzir gastos, mas, até aqui seus esforços são insuficientes. Há de se levar em consideração que a gestão está apenas começando. As obras anunciadas neste janeiro já estavam com recursos assegurados desde o ano passado, ou, ainda, desde 2013.
Tentam-se formas de contornar o grave problema. O cinto ainda parece ter muitos furos a apertar. Os partidos que correm, como sempre acontece, oferecendo apoios, miram nos cargos com uma fome de anteontem. Se há cortes de um lado e porteiras "fechadas" para as legendas, de nada valem os esforços que se observa. Tome-se o PTN como exemplo. Este partido primeiro tentou negociar com o poder municipal, mas suas exigências extrapolaram o que seria razoável, ao exigir do prefeito ACM Neto uma secretaria com “porteira fechada” para povoá-la com seus bezerros.
Neto recusou a proposta e o PTN mudou de direção. Foi negociar com o governador Rui Costa, saltando, como carneirinhos nos sonhos, do DEM para o PT. O que não significa nada que não seja constante. No sistema partidário brasileiro, tanto faz como tanto fez. Foi mais sensato na conversa com Rui e diminuiu as exigências na negociação em relação aos cargos que espera ocupar. Abandonou, é o que se supõe, a tal “porteira fechada” e o negócio – porque é negócio mesmo – prosperou. Por ora passa a cuia de pedinte no gabinete do governador para saber que moeda a legenda receberá. Tais políticos estão ansiosos pelo Detran por dispor de recursos fartos.
A situação não é mesmo fácil posto que as dificuldades balançam de tal modo o País que, embora Dilma Rousseff tenha anunciado prioridade à educação, o que é um avanço, o mais importante ministério é o da Fazenda. De tal maneira que nos últimos tempos qualquer entrevista do ministro Joaquim Levy reflete no mercado. O Brasil depende da sua política econômica.Fonte:Bahia Noticias